PSD considera discurso de Natal de Costa “um conjunto de fantasias”

PSD considera discurso de Natal de Costa “um conjunto de fantasias”


Na mensagem de Natal, António Costa defende que Portugal já enfrentou os anos mais difíceis e que está agora melhor


O PSD considerou que a mensagem de natal de António Costa foi “um conjunto de fantasias” .

Em conferência de imprensa, André Coelho Lima, vogal da Comissão Política Nacional do PSD, referiu que é preciso “interpretar o que está por detrás” das palavras do primeiro-ministro.

“O discurso do senhor primeiro-ministro foi um conjunto de fantasias e frases que ouvindo gosta-se de ouvir”, começou por dizer André Coelho Lima. “É preciso se interpretar aquilo que está por detrás daquilo que é dito. Dizer-se que temos as contas certas, quando temos a dívida pública a aumentar; dizer-se que temos o investimento público a aumentar, escolhendo o Serviço Nacional de Saúde (SNS) como exemplo, sabendo como ele está, não é um serviço à credibilidade da política”, acrescentou.

"É preciso dizer que os portugueses que estão há meses, há anos, a defrontar-se com dificuldades enormes particularmente nos serviços de saúde, o desinvestimento que é notório, que é enorme, que é sentido por todos e que é relatado por todos, esta destruição do Serviço Nacional de Saúde que tem acontecido, conhecer da parte do primeiro-ministro um comentário que temos que continuar o investimento de qualidade parece-nos, com toda a franqueza, que mereceria um outro recato, um outro cuidado da parte do primeiro-ministro de Portugal", defendeu.

Relativamente aos transportes, o social-democrata referiu ainda que a solução do Governo "cinge-se apenas às duas principais cidades do país" e ignora o restante território.

Também para o PSD são “estranhas” as declarações do primeiro-ministro ao afirmar que Portugal cresceu mais que a média da União Europeia, uma vez que o país "tem o quarto menor PIB [Produto Interno Bruto] da zona euro" e só "a Eslováquia, a Grécia e a Letónia têm uma situação pior do que Portugal".

Na mensagem de Natal, António Costa defende que Portugal já enfrentou os anos mais difíceis e que está agora melhor. Para 2019, o primeiro-ministro define dois “grandes desafios”: “o pleno aproveitamento do território” e a demografia.

Costa defendeu ainda que Portugal tem de "continuar a investir na qualidade dos serviços públicos, como o SNS ou os transportes, na modernização das infraestruturas, na melhoria da vida dos pensionistas e das condições de trabalho na administração pública, aumentar a justiça fiscal e as prestações sociais".