Cartões de crédito. O que deve ter em conta no momento da escolha

Cartões de crédito. O que deve ter em conta no momento da escolha


Siga estes conselhos para que seja mais fácil tirar o máximo partido deste método de pagamento


Seja qual for o seu perfil, a escolha do cartão de crédito deve ser uma tarefa pensada para que possa tirar o máximo partido deste método de pagamento. A verdade é que a ideia de comprar e só pagar depois pode parecer tentadora, mas não se esqueça da regra: não existem almoços grátis. Por isso, todas as cautelas são poucas na seleção e na utilização deste instrumento, que até pode ajudar a equilibrar o orçamento familiar. Os riscos são vários. Desde logo, o consumidor pode escolher um cartão com taxas de juro elevadas e, no caso de não pagar as despesas a 100%, fica sujeito a encargos acrescidos. A segurança também causa preocupações. A clonagem e o roubo de dados, sobretudo na internet, são perigos reais. Confira os nove cuidados que deve ter 

 

 

1 – Juros

Os cartões de crédito concedem financiamento gratuito durante um período que varia entre 20 e 50 dias, desde que as despesas sejam pagas a 100%. Ao optar por saldar as contas de forma faseada fica inevitavelmente sujeito a juros sobre a dívida. As taxas máximas são limitadas pelo Banco de Portugal. Embora estejam a descer, continuam elevadas quando comparadas com as praticadas no âmbito de outros tipos de financiamento, como o crédito pessoal ou o descoberto autorizado das contas à ordem. Para este trimestre, o limite está fixado nos 15,3%. Por isso já sabe, se não conseguir pagar toda a dívida, tente saldar o máximo possível. Não se esqueça que as dívidas relativas a estes cartões apresentam sempre um grande peso nas situações de incumprimento associadas ao crédito.

 

2 – Anuidade

Se pagar sempre as despesas a 100%, o principal critério de escolha é o valor da anuidade que, de preferência, deve ser gratuita. Analise também a opção de cash-back, que consiste na devolução na conta-cartão de uma percentagem do valor das despesas. Tenha em conta que, se houver anuidade, esta acabará por ser um peso, mesmo que pague sempre as dívidas na totalidade.

 

3 – Taxas

Se tenciona utilizar o cartão para saldar montantes mais avultados de forma faseada, terá de pagar juros. Neste caso, o critério de escolha deverá ser não o valor da taxa anual nominal (TAN), mas o da taxa anual de encargos efetiva global (TAEG), que reflete o real custo do crédito, incluindo anuidades e impostos. Opte sempre pela TAEG mais baixa.

 

4 – Fidelização

Há muitos cartões de crédito que disponibilizam programas de descontos ou fidelização. Neste caso, a utilização do cartão dá direito à acumulação de pontos que podem ser trocados por descontos em empresas associadas. Mas verifique se as vantagens proporcionadas são realmente interessantes e se os descontos justificam as eventuais anuidades que terá de suportar. Por exemplo, se obtiver um desconto de 20 euros num produto que lhe interessa mas, para tal, fica sujeito a uma anuidade de 50 euros, se não pagar a dívida a 100% isto não significa um bom negócio.

 

5 – Levantamentos

Todos os cartões de crédito podem ser utilizados no Multibanco para realizar as mais diversas operações. No entanto, se não possuir a chamada função Multibanco, qualquer operação implica a movimentação da conta-cartão, ou seja, a utilização do crédito associado, e não dos montantes disponíveis na conta à ordem. Assim, estará a utilizar o crédito mesmo que não o deseje e ficará sujeito a comissões. Por exemplo, se levantar dinheiro, tem de pagar uma taxa designada por cash advance, habitualmente composta por um montante fixo somado a uma percentagem do valor retirado que ronda os 4%.

 

6 – Segurança

Tenha em conta alguns procedimentos de segurança básicos, como não guardar o código junto do cartão, rejeitar o uso em terminais de pagamento que não pareçam fidedignos e manter o cartão debaixo de vista quando fizer uma transação. Ao seguir estes cuidados, evita que a informação na banda magnética ou no chip seja clonada, ou seja, que alguém possa copiar o cartão ou até utilizar a informação pessoal para efetuar transações abusivas.

 

7 – Internet

Não se esqueça que é aqui que pode encontrar os maiores perigos de fraude envolvendo cartões de crédito, apesar de a internet ser muito útil para fazer pagamentos. Por norma, há sempre uma grande tentação de encontrar informações pessoais e dados deste tipo de cartões. Por isso mesmo, os cuidados devem ser redobrados. Antes de efetuar um pagamento, assegure-se de que está a utilizar uma ligação segura: confirme se o endereço começa com https:\\ e se surge o símbolo de um cadeado junto do mesmo. Evite ainda as redes sem fios públicas. E nos terminais de pagamento automático não introduza o código pessoal mais do que uma vez, exceto se surgir uma mensagem de que a primeira tentativa foi anulada ou mal sucedida. Tenha também em conta outras formas de pagamento mais seguras, como o MBNet ou o Verified by Visa.

 

8 – Problemas

Aja de imediato se verificar que foi alvo de fraude. A partir do momento em que denunciar a situação deixa de ter responsabilidades sobre eventuais utilizações fraudulentas. Caso já tenha ocorrido uma transação indevida, a lei prevê que a responsabilidade do titular do cartão seja limitada a 150 euros. No entanto, há alguns cartões que incluem um seguro contra utilizações abusivas.

 

9 – Extratos

Outra forma de detetar fraudes é conferir os extratos mensais. Desta forma, não só consegue controlar os seus gastos como pode detetar qualquer eventual operação não autorizada. Se isso acontecer, deve comunicar de imediato ao emissor. Também pode consultar os movimentos do cartão pela internet, no portal do seu banco.