A coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, usou a sua página no Twitter para criticar os discursos oficiais do Dia de Portugal, dizendo que o país deve reconhecer a "enorme violência da expansão portuguesa". A publicação da deputada foi criticada por vários utilizadores.
“Virá o dia em que os discursos oficiais serão capazes de reconhecer a enorme violência da expansão portuguesa, a nossa história esclavagista, a responsabilidade no tráfico transatlântico de escravos. Até podia ser num 10 de Junho. Mas ainda não foi hoje [domingo]”, escreveu Catarina Martins no Twitter.
Virá o dia em que os discursos oficiais serão capazes de reconhecer a enorme violência da expansão portuguesa, a nossa história esclavagista, a responsabilidade no tráfico transatlântico de escravos. Até podia ser num #10deJunho. Mas ainda não foi hoje. #DiaDePortugal
— Catarina Martins (@catarina_mart) 10 de junho de 2018
A publicação da coordenadora do Bloco de Esquerda gerou uma onda de críticas naquela rede social.
“Virá o dia em que talvez aprendas que os escravos que Portugal transportou e possuiu não foram de facto escravizados por Portugal, mas sim comprados por Portugal aos reinos africanos que por sua vez escravizavam outros africanos. Enfim, pena que Tarrafal já não exista…”, lê-se num dos comentários publicados.
Entretanto, Mamadou Ba, ativista do SOS Racismo, saiu em defesa de Catarina Martins: "Este tweet (…) está a suscitar um irra dos diabos de trolls da facho-esfera e não só! Mas o clamor que aí vai, vindo na sua maioria, de um tenebroso nacionalismo não seria tão preocupante não fosse secundado por um envergonhado nacionalismo bacoco que teima em se desfazer do mito da excepção lusitana no que toca ao passado esclavagista e colonial de Portugal. Virá o dia em que tirar do armário da História o esqueleto podre das ignomínias da Escravatura e do Colonialismo seja considerado um acto de necessária catarse histórica e cultural?"