As autoridades têm de prestar atenção ao número elevado de incêndios que se registaram em Portugal continental nos últimos dias, alerta o presidente da Liga Portuguesa de Bombeiros (LPB), Jaime Marta Soares.
Dados da GNR mostram que, desde o início do anos, foram detetados vários incêndios provocados por queimadas – alguns deles fizeram vítimas mortais. Entre janeiro e fevereiro deste ano, houve 72 crimes de incêndio florestal. Vinte e sete pessoas foram detidas em flagrante delito, explica a agência Lusa.
"Estes incêndios têm de ser analisados caso a caso. Não nos podemos esquecer de que só este ano já houve mais de 2.500 ignições. É uma coisa incrível e, por isso, há que refletir, saber o que se passa. Há também a registar um número exagerado de vítimas mortais resultantes de queimadas", disse Jaime Marta Soares a esta agência de notícias.
"Todas as pessoas que têm vindo a morrer nas queimadas são pessoas muito idosas, com mais de 65 anos, que têm mais dificuldades e que têm um grande sentido de responsabilidade, e que talvez não tenham interiorizado ou não lhes tenham feito chegar bem a mensagem que tem a ver com a proteção das casas, sujeitando-se assim a grandes riscos", acrescentou.
As alterações climáticas e a quantidade de combustível das florestas poderão também estar, na opinião do responsável, na origem dos fogos detetados este ano: "Estamos em abril. Tem chovido muito, mas de repente vieram uns dias com temperaturas altas e vento e ontem [quarta-feira] houve de facto muito vento, que é o maior inimigo. As pessoas não fazem bem a análise. Antigamente nas zonas próximas das casas havia cultivos e por isso não havia uma propagação tão rápida como agora".