Patrões indisponíveis para aumentar salário mínimo para 600 euros em 2018

Patrões indisponíveis para aumentar salário mínimo para 600 euros em 2018


Presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), António Saraiva, considera que este é um assunto de luta partidária entre o PCP e o BE.  Lembra ainda que nem o país e nem as empresas têm condições para suportar o aumento do rendimento mínimo nacional dos 557 para os 600 euros já em janeiro de 2018


Os patrões não têm disponibilidade para aceitar a subida do salário mínimo para 600 euros, já em janeiro de 2018.

O aviso foi dado hoje pelo presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), António Saraiva, em entrevista conjunta à Antena1 e ao Jornal de Negócios, onde considera que a proposta de aumento do salário mínimo para 600 euros, defendida pelo PCP, é "uma luta partidária" dos comunistas com o Bloco de Esquerda.

"Não é que o salário mínimo não devesse ser – assim o país tivesse condições e as empresas para o suportarem – dessa dimensão”, mas, continua António Saraiva, “vejo nessa argumentação do PCP uma luta partidária com o Bloco de Esquerda".

Sobre o aumento do salário mínimo para 580 euros, como está previsto pelo governo, o empresário diz que a CIP não fará desse valor "um cavalo de batalha" e que só tomará posição depois de saber a proposta.

No programa de governo está inscrito que o salário minimo nacional deverá atingir os 600 euros no final da legislatura, em 2019. Quando assumiu funções como primeiro-ministro, António Costa firmou um acordo com o PCP e com o Bloco de Esquerda para ir subindo o valor do salário minimi, que está fixado atualmente em 557 euros e subindo para os 580 mensais em 2018.

O PCP tem vindo a reclamar para que seja acelerado o ritmo do aumento do salário minimo para os 600 euros, valor que o partido entende que devia entrar em vigor já em 2018.  

Em outubro foram chumbadas no parlamento proposta do PCP, PEV e PAN que recomendavam ao governo o aumento do salário minimo para 600 euros em janeiro de 2018.

Na altura, os textos do PCP e do PEV foram chumbados com os votos contra do PSD, CDS e do deputado socialista Paulo Trigo Pereira, com a abstenção da restante bancada do PS. Já a resolução do PAN contou com os votos favoráveis do Bloco de Esquerda e do PCP, mas acabou também rejeitada com os votos contra do PSD, do socialista Trigo Pereira e a abstenção das bancadas do PS e CDS.

Mas o PCP não esqueceu o assunto e o líder do partido exigiu, ontem, "um aumento geral dos salários, particularmente do salário mínimo nacional" para 600 euros.

Para Jerónimo de Sousa, "seiscentos euros era o mínimo de dignidade na vida dos trabalhadores", afirmou quando foi saudar a manifestação convocada pela central sindical CGTP-In, que desceu a Avenida da Liberdade e terminou nos Restauradores, em Lisboa, em defesa da valorização do trabalho e dos trabalhadores.

 O PCP avisou ainda que o governo não está disponível para avançar com esta medida e que, por isso, "é pela luta que os trabalhadores têm de alcançar esse direito".