“O partido, se eu ganhar, vai ter três comissariados ou unidades de missão”, disse hoje Pedro Santanta Lopes durante as jornadas parlamentares do PSD que decorrem em Braga. E explicou: “um para financiamento de políticas sociais, um para reorganização do território e um de agenda para o crescimento”.
Em busca pela quinta vez da liderança dos socias-democratas, Santana Lopes defende que os três comissariados serão liderados pelo presidente do partido, “mas com responsáveis em full-time”. O objetivo é procurar “fazer esses trabalhos para que, chegadas as eleições legislativas, termos as nossas propostas, com cabeça, tronco e membros, e para as pessoas acreditarem que é verdade”, afirmou. Uma das linhas que Santana Lopes defende na sua candidatura é a reconciliação com os eleitores e a diminuição da falta de confiança que existe atualmente na política.
O candidato do PSD não quer continuar com uma estratégia que não resulta. Santana Lopes acredita que para ser um novo presidente do partido ou um novo primeiro-ministro não pode continuar a fazer o mesmo: “Não basta vir alguém novo para fazer as pessoas acreditarem na mudança se é para colocar em prática a cartilha que lhe põem na mão.”
Aos jornalistas, Santana Lopes anunciou aquilo que quer alcançar se chegar a ser líder do PSD e depois primeiro-ministro: conduzir o país às médias de convergência europeia. O ex-Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa quer ainda levar a cabo uma reorganização do território. “Sei o que é depender de Lisboa, quando fui presidente da Câmara da Figueira da Foz”. Por isso quer começar logo assim que assumir funções a mudar o estado das coisas. Daí as três comissões no partido que estudarão a melhor forma de aplicar as ideias para que estejam apuradas quando o PSD chegar ao governo. “Venho para fazer este programa para, até 2025, estarmos perto da média europeia em todas as regiões do país”, disse Santana Lopes.
Tal como já tinha referido na entrevista à TVI, o ex-primeiro-ministro voltou a referir a hipótese de este governo não aguentar até ao final do mandato e o país ir a votos antes de 2019.
“Sinto algum dispêndio de energias em temas que seriam secundários. Quando se consome energia na segunda fase da legislatura já é difícil voltar a encher o depósito”, explicou.
Durante as jornadas parlamentares, Santana Lopes e Rui Rio, o adversário na corrida pela liderança do partido, cruzaram-se e cumprimentaram-se de forma coloquial, entre discursos à porta fechada. E chegaram mesmo a ter um encontro breve para ser fotografado e filmado.
Sobre o seu adversário – sobre quem reafirmou que é mais aquilo que os une do que aquilo que os separa -, Santana Lopes disse que os militantes do PSD vão ter de decidir se querem “um líder mais distante ou um líder mais próximo”. E sublinhou: “Eu não sou nem campeão dos afetos nem tenho um sorriso sempre na minha expressão”, no entanto, garante que “sempre soube falar com as pessoas e estar no meio delas”.