Bernardino Soares, muitas vezes visto como possível sucessor de Jerónimo de Sousa na liderança do PCP, fecha a porta a um regresso à política nacional.
Questionado sobre se tencionava voltar à política nacional, Bernardino respondeu apenas que «não». Desafiado a explicar a resposta, o ex-líder parlamentar dos comunistas disse que «desenvolver só enfraquece esta resposta». Já quase no final da entrevista, Bernardino Soares, que deixou para o parlamento para liderar a Câmara de Loures, há quatro anos, acaba por explicar que o seu objetivo é continuar como autarca. «Gostei muito de ser deputado. Acho que é uma função da maior importância que me deu muito prazer desempenhar e gostei muito de estar durante 18 anos no parlamento, mas estou completamente vestido na pele de autarca e com muita vontade de continuar a desenvolver os importantes projetos que temos pela frente».
O autarca comunista realça, na mesma entrevista ao i, que o PCP foi fundamental para que exista um governo de esquerda. Bernardino Soares diz que «basta ver os discursos» da noite eleitoral para perceber que «foi o PCP que pôs em cima da mesa a necessidade de não aceitarmos a continuação da direita no poder».
Bernardino considera que o governo socialistas, apesar de ter «revertido algumas decisões negativas», está «muito longe de atingir aquilo» que o PCP julga ser «necessário para uma política de esquerda».
PS vai fazer uma política de direita se a geringonça acabar
Bernardino Soares não tem dúvidas de que «o PS só teve uma política diferente da que tinha tido em governos anteriores porque foi obrigado a fazer acordos à esquerda e que, se não houver essa obrigação, o PS vai voltar a fazer a política que fez, que era uma política de direita».