A ONU acusou a Turquia de "graves violações" dos direitos humanos. Nas operações militares de Ancara contra os curdos morreram mais de 2000 pessoas. Um relatório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos acusa as forças de segurança da Turquia de promover execuções massivas, incitação ao ódio, bloqueio de ajuda médica , água e bens de primeira necessidade às populações e violência sexual contra mulheres.
Durante ao período abordado pelo relatório, de julho de 2015 a dezembro de 2016, foram expulsas das suas casas entre 355 000 e 500 000 pessoas de 30 localidades.Foram mortas mais de 2000 pessoas. Entre as vítimas encontram-se mais de 1200 civis e 800 homens das forças da ordem turcas. "Estou particularmente preocupado porque não se fez nenhuma investigação sobre o assassinato de centenas de pessoas, incluindo mulheres e crianças, mortos nestes 13 meses e sobreturo que ninguém foi processado por estes crimes", afirmou o portavoz da ONU.
A região do sudoeste da Turquia é de maioria curda, e desde 2015, altura em que o governo interrompeu as negociações com os independentistas curdos do PKK, têm-se verificado sangrentos combates entre guerrilheiros curdos e o exército turco. A repressão generalizou-se em todo o Curdistão iraquiano, com a prisão de centenas de militantes e eleitos do principal partido de oposição ao governo de Ancara, o partido pró-curdo. Desde 1984 morreram mais 40 000 pessoas no conflito entre os curdos e as tropas turcas.