Onde anda a ministra da Administração Interna?


O homem não pode ir de férias. Costa viveu a semana horribilis do seu governo no Algarve.


Com o primeiro–ministro de férias, o seu íntimo delfim Rocha Andrade, secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, foi protagonista de dois erros políticos que dificilmente vão ser esquecidos: primeiro, lançou alterações no imposto sobre os imóveis pela calada – independentemente da sua justeza – e, com coisas como impostos, nenhum governo pode atuar de forma displicente ou arrogante. 

O segundo erro político é mais grave e, por muito que o povo português seja pródigo em esquecimentos, é provável que o assunto “bilhetes oferecidos pela Galp para ir ao futebol” demore tempo a ser digerido. O código de conduta, anunciado pelo ministro Santos Silva, deverá desautorizar os secretários de Estado que foram obrigados a devolver o valor das viagens, proibindo-as expressamente. (Se é verdade que a aceitação do bilhete de avião jamais devia ter acontecido, a leveza com que Paulo Portas transitou de ministro das empresas para funcionário das empresas que andou a vender pelo mundo inteiro é um caso chocante que teve metade do impacto político.) 

Mas as férias de António Costa ameaçam transformar-se num desastre político. Ele, que foi ministro da Administração Interna, devia saber que um ministro desta pasta não desaparece na época dos fogos. Ontem, a aldeia do Soajo, em Arcos de Valdevez, foi evacuada. O país está em choque com a repetição das tragédias de verão e não tem um membro do governo a lembrar-se disso. Onde anda a ministra da Administração Interna? De férias noutro fuso horário? Ninguém a substitui? No tempo em que era ministro da Administração Interna, Costa era mais expedito. Agora, a dormitar no Algarve, deixou um grupo de não políticos à solta. 

Antes da época de incêndios, Constança Urbano de Sousa foi ver o “dispositivo”, que considerou “cada vez [mais bem] preparado tecnicamente”. O dispositivo político, esse, está muito mal preparado.


Onde anda a ministra da Administração Interna?


O homem não pode ir de férias. Costa viveu a semana horribilis do seu governo no Algarve.


Com o primeiro–ministro de férias, o seu íntimo delfim Rocha Andrade, secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, foi protagonista de dois erros políticos que dificilmente vão ser esquecidos: primeiro, lançou alterações no imposto sobre os imóveis pela calada – independentemente da sua justeza – e, com coisas como impostos, nenhum governo pode atuar de forma displicente ou arrogante. 

O segundo erro político é mais grave e, por muito que o povo português seja pródigo em esquecimentos, é provável que o assunto “bilhetes oferecidos pela Galp para ir ao futebol” demore tempo a ser digerido. O código de conduta, anunciado pelo ministro Santos Silva, deverá desautorizar os secretários de Estado que foram obrigados a devolver o valor das viagens, proibindo-as expressamente. (Se é verdade que a aceitação do bilhete de avião jamais devia ter acontecido, a leveza com que Paulo Portas transitou de ministro das empresas para funcionário das empresas que andou a vender pelo mundo inteiro é um caso chocante que teve metade do impacto político.) 

Mas as férias de António Costa ameaçam transformar-se num desastre político. Ele, que foi ministro da Administração Interna, devia saber que um ministro desta pasta não desaparece na época dos fogos. Ontem, a aldeia do Soajo, em Arcos de Valdevez, foi evacuada. O país está em choque com a repetição das tragédias de verão e não tem um membro do governo a lembrar-se disso. Onde anda a ministra da Administração Interna? De férias noutro fuso horário? Ninguém a substitui? No tempo em que era ministro da Administração Interna, Costa era mais expedito. Agora, a dormitar no Algarve, deixou um grupo de não políticos à solta. 

Antes da época de incêndios, Constança Urbano de Sousa foi ver o “dispositivo”, que considerou “cada vez [mais bem] preparado tecnicamente”. O dispositivo político, esse, está muito mal preparado.