O líder espiritual ou ditador, como se queira, Khomeini deixou a França em fevereiro de 1979, depois de 14 anos de exílio. Primeiro tinha vivido na Turquia, passando depois pelo Iraque onde haveria de ser expulso por Saddam Hussein, tendo finalmente aterrado em França. Poucos meses depois deixou Paris num avião da Air France a caminho de Teerão, onde acabaria por instalar uma ditadura religiosa, que sucedeu à militar do Xá Reza Pahlevi. O resto é sabido.
Durante muitos anos a França, e outros países como a Inglaterra, permitiram que os fundamentalistas islâmicos assentassem arraiais nas suas nações, espalhando o ódio em relação à cultura ocidental. Fizeram-se dezenas de mesquitas, e bem, mas controlou-se muito mal o que lá se fazia. E o que se fazia, além de rezar, era “formar” novos terroristas que iam depois receber treino militar nos países árabes. Alguns desses terroristas, que tinham e têm nacionalidades europeias, voltaram à Europa para cometer atentados e arranjar novos membros para a causa.
Desde que o mundo mudou, com a queda das Torres Gémeas de Nova Iorque, o Ocidente tenta combater o terrorismo como pode, muitas vezes mal. Desde os atentados de Paris os franceses já encerraram vinte mesquitas e expulsaram 80 líderes religiosos, além de terem proibido o uso das burcas e dos niqabes em locais públicos. Estas medidas vão merecer uma resposta forte dos jovens mais desenraizados que tentarão manifestar a sua discordância. Mas é a vida. Os ocidentais quando vão a um país islâmico são obrigados a obedecer às regras desses países, não havendo nada a fazer que não seja cumprir as regras. No Ocidente devemos preservar a nossa cultura, dando obviamente espaço a outras. Desde que a liberdade dos outros não interfira com a nossa.
P.S. Na semana passada alguns clérigos islâmicos recusaram fazer as cerimónias fúnebres do jovem que degolou um padre em França. É um bom sinal para a comunidade muçulmana.