Catarina Martins anunciou já ter acordo com o governo para o fim das apresentações quinzenais obrigatórias dos desempregados nos respetivos centros de emprego. No seu discurso de abertura da convenção do Bloco de Esquerda, a líder anunciou que na próxima quarta-feira será discutido um projecto do Bloco para "defender a dignidade de quem está desempregado".
"Não aceitamos medidas que não servem nem para formação nem para encontrar emprego e que atribuem aos desempregados a culpa do desemprego. É preciso acabar com a perseguição às vítimas da crise. Há já acordo com o governo e vamos acabar com a humilhação da obrigação das apresentações quinzenais", afirmou Catarina Martins.
A porta-voz do Bloco (que será promovida a coordenadora no fim desta convenção) lembrou também que em Julho "entra em vigor o automatismo na atribuição da tarifa social da luz e gás, talvez a medida de maior impacto social dos últimos tempos".
Não foi fácil, argumenta Catarina Martins. "Não foi fácil incomodar o Partido Comunista Chinês que é dono da EDP", disse a líder, enumerando as várias dificuldades: "Não foi fácil conseguir esta mudança que fará tanta diferença no rendimento mensal das famílias com menos recursos. Mas temos que lutar por todos e dar força aos mais fracos. Atacar a renda das elétricas, o monopólio das grandes empresas da eletricidade e do gás, nada disso é fácil. Mas asseguro-vos, estamos já a trabalhar para tirar mais renda. Nós vamos pelo difícil e conseguimos".
Mas apesar do anúncio das "vitórias", a líder afirma que "nesta sala não há nenhuma ilusão": "Mudou o que é preciso mudar para que se crie emprego, se reponham direitos, a Escola Pública tenha meios, o Serviço Nacional de Saúde responda, a cultura e a ciência possam fazer o país respirar? Sabemos que estamos ainda longe do tanto que precisamos de fazer. Estamos ainda longe do tanto que precisamos de fazer. Queremos mais!".