A antítese do grupo é o individualismo, ou seja, uma atitude mental de reserva em relação a tudo o que é coletivo, elegendo o plano individual ao extremo, numa manifestação de egoísmo, de arrogância e de não cooperação, numa direção oposta à socialização e à inclusão social de todos e, sobretudo, de todas as ideias e tendências que enriquecem a sociedade através da diversidade. É, pois, uma atitude que, por isso mesmo, deve ser combatida e censurada em pleno séc. xxi.
É que o projeto pessoal, em oposição a um projeto coletivo, está na base, ou pode estar, de um modo de ver o mundo e a vida em duas perspetivas completamente distintas; a primeira, despótica, totalitária não admitindo qualquer alternativa; a segunda, tolerante, dialogante, aglutinadora de sensibilidades, para que se chegue a uma síntese enriquecedora, porque mais abrangente e mais consensual.
Ora é evidente que estes comportamentos opostos geram, certamente, resultados opostos, sobretudo quando se está a falar da escolha de um modelo a adotar numa grande “empresa”, seja ela qual for.
É que, hodiernamente, é impensável ignorar sinergias e gerir qualquer “negócio” sem uma visão multidisciplinar, englobando e aproveitando as ideias dos outros, já que são ativos sociais valiosos e insubstituíveis, na medida em que se trata de capital humano.
Por outro lado é preciso perceber que, quando se abre a oportunidade a alguém de opinar, é evidente que essa pessoa se sente mais valorizada, mais aproveitada, e realiza-se mais no plano pessoal, rendendo mais e sentindo-se parte da “empresa”, ou seja, veste a mesma camisola e luta pelos mesmos objetivos.
É evidente que este projeto é muito mais difícil de gerir, mais complicado, e requer uma preparação técnico-científica muito superior, até em qualidades humanas pessoais, do que a outra postura de distância, de não diálogo, em que as pessoas se assumem como empregados e não como colaboradores.
E quando chegar a oportunidade, nesse dia, as pessoas comparam e não só percebem como sentem a diferença, que é, de facto, de uma enorme dimensão.
É que, quando há realização pessoal no trabalho, o rendimento passa a ser muito alto e de grande qualidade, e as pessoas passam a sorrir, porque são felizes.
Como dizia Tinbergan, é preferível a felicidade nacional bruta ao PNB, porque a primeira estimula o país e o segundo deprime, e um país deprimido não vai muito longe… Mas só é possível pensar e sentir o que acabou de ser escrito através do espírito e da formação adquirida através da verdadeira prática do desporto, de acordo com os seus princípios de solidariedade, de abnegação, de tolerância, de persistência e até de inteligência, mas sempre com o objetivo de promover o bem num espírito de entreajuda, com todos.
Sociólogo