Justiça. Bancária detida terá estado escondida com a ajuda da família

Justiça. Bancária detida terá estado escondida com a ajuda da família


Mafalda Prazeres é suspeita de ter desviado perto de 20 milhões de euros a vários empresários. Presente a tribunal, ficou com termo de identidade e residência e proibida de falar com os lesados


A ex-bancária detida este fim de semana pela Polícia Judiciária, suspeita de desviar vários milhões a empresários, estaria escondida numa das várias casas da família, em Lisboa, desde que surgiram as primeiras notícias sobre o caso – há cerca de um mês. Segundo o i apurou junto de fonte daquela polícia, durante todo esse período, Ana Mafalda Prazeres terá contado com o apoio de familiares.

A investigação acredita que a ex-funcionária do banco BEST convenceu as vítimas a investirem grandes montantes em aplicações financeiras que dariam juros elevados. Porém, tudo não passava de um esquema que serviu para desviar cerca de 20 milhões de euros. Segundo o “CM”, Ana Mafalda Prazeres usava o banco BEST como fachada, isto apesar de já lá não trabalhar desde janeiro.

O jornal avança mesmo que entre os lesados se encontram várias pessoas que já conheciam a consultora financeira há muitos anos, alguns dos quais seriam mesmo amigos.

A mulher de 57 anos (sobrinha-neta do marechal António Spínola) foi ouvida este sábado pelo juiz de instrução criminal, tendo-lhe sido aplicada a medida de coação menos gravosa: termo de identidade e residência e proibição de contacto com os lesados.

Em causa estão suspeitas da prática dos crimes de abuso de confiança, burla qualificada e falsificação de documentos.

A última vez que foi vista A ex–bancária esteve a ser procurada pela Polícia Judiciária entre 7 de abril e 1 de maio. A última vez que tinha sido vista foi no Hospital da CUF Infante Santo; a partir daí eram poucas as pistas que os investigadores tinham da mulher com nacionalidade portuguesa e moçambicana.

As ligações da consultora a Moçambique foram, durante as últimas semanas, uma das preocupações da Polícia Judiciária, uma vez que tal facto poderia facilitar uma fuga. Ainda assim, esses receios abrandaram depois da detenção. A medida de coação aplicada pelo tribunal revela que neste momento não existe um grande perigo de fuga.

O esquema montado A mulher terá feito crer a diversas pessoas, depositantes do banco BEST, que conseguia oferecer–lhes juros de 2% ao mês – um valor muito superior ao que é oferecido pelas instituições bancárias em Portugal.

O caso foi descoberto quando os clientes começaram a desconfiar de alguns detalhes e quiseram o dinheiro de volta. Depois de muito pressionada, a ex-bancária decidiu esconder-se logo depois de uma passagem pelo hospital. Ana Mafalda Prazeres terá sido assistida na CUF, alegando estar a sentir-se mal.

O Banco BEST, confrontado com o esquema montado, já negou qualquer envolvimento ou conhecimento sobre este caso. A entidade bancária disse a diversos órgãos de comunicação que “os movimentos [feitos] nas contas dos clientes eram ordenados pelos respetivos titulares”.