Pensar fora da caixa


Há uma expressão metafórica inglesa que nasceu nos anos 70/80 e que hoje é vulgarmente usada: ‘thinking out of the box.’


“Pensar fora da caixa” é o apelo ao pensamento diferente, numa outra perspectiva, obrigando-nos a “sair da caixa”, do rotineiro e constante quadro conceptual. A procura de novos métodos, soluções ou alternativas para um determinado problema é, cada vez mais, uma necessidade das empresas, das instituições… Mas, tal comportamento nem sempre acontece junto de Ministérios, nomeadamente, o da Educação ou até de Associações de Pais e Sindicatos dos Professores.

O nosso modelo de escola atual parou no Séc. XIX. A escola ostracizou-se, ficou impermeável às mudanças dos tempos, às evoluções científicas e tecnológicas. Se houvesse a possibilidade de teletransportar um professor deste século até 1880, facilmente usaria a “cartilha” para ensinar. Nada mudou. O manual continua a servir de base referencial para o ensino. E as supostas aprendizagens fazem-se em espaços fechados, em filinhas de mesas alinhadinhas, geralmente por ordem numérica.

Se observarmos o comportamento dos pais, quando são convocados pelo Diretor de Turma para reuniões, verificamos que entram na sala como se revivessem o passado escolar deles. Sentam-se no lugar que geralmente é ocupado pelo alunos e, silenciosa e pacatamente, escutam com reverência a oratória do “Stôr”. E saem com as “informações empacotadas”, tal como os filhos o fazem. Missão cumprida.

É urgente uma mudança do olhar na sociedade e na Escola. Essa mudança só será possível, tendo como objetivo a proteção das nossas crianças e jovens, garantindo-lhes mais e melhores condições de aprendizagem e de bem-estar no local onde passam a maior parte do tempo, fora da família. No mesmo sentido, é fundamental assumir na sociedade que a família é um núcleo essencial para a preservação de valores e princípios fundamentais para formar o caráter e a personalidade dos futuros cidadãos. Sabia que as crianças portuguesas, entre os 7 e os 14 anos, passam mais de 7.000 horas fechadas na escola? Portugal é um dos dez países da OCDE onde os alunos passam mais horas na sala de aula. Será todo este tempo útil, significativo, fora do seio familiar?

Pensar fora da caixa é também refletir sobre uma outra forma de estruturar a sociedade, as organizações, os tempos de trabalho das famílias e o próprio calendário escolar. De imediato, há quem se insurja: “mas isso é bem mais complexo; requer grandes mudanças na economia, no horário laboral, na escolas, nos governos,…”. Pois é. Pensar de forma criativa, que tanto se exige hoje aos jovens licenciados, aos empreendedores, é isso mesmo: mudar, transformar, revolucionar.

As mudanças podem e devem passar por esta ambição: reduzir o tempo de permanência dos alunos na Escola; permitir que os pais possam sair mais cedo dos locais de trabalho para acompanhar e estar com os filhos; envolver os municípios para que garantam nas localidades zonas de lazer, parques, atrações lúdicas, numa perspectivas comunitária; oferecer localmente serviços e espaços que promovam a arte, música, dança, pintura, desportos, artesanato; garantir que a escola possa manter os seus múltiplos espaços abertos e professores-animadores disponíveis à comunidade para acompanhamento ao estudo e criação de projetos de intervenção local, gratuitamente…

“Mais Família e Menos Escola” é, ou deveria ser, um slogan de toda a sociedade. Aplicar as nossas energias e esforço na transformação da nossa sociedade é um dever de todos. Enquanto continuarmos com a “cabeça enterrada na areia” (ou na caixa), revelamos incapacidade de iniciativa, de vontade e de responsabilidade para com os nossos filhos, nossos educandos, as nossas vidas! 

Venha connosco pensar fora da caixa www.facebook.com/MaisFamiliaMenosEscola

Pensar fora da caixa


Há uma expressão metafórica inglesa que nasceu nos anos 70/80 e que hoje é vulgarmente usada: 'thinking out of the box.'


“Pensar fora da caixa” é o apelo ao pensamento diferente, numa outra perspectiva, obrigando-nos a “sair da caixa”, do rotineiro e constante quadro conceptual. A procura de novos métodos, soluções ou alternativas para um determinado problema é, cada vez mais, uma necessidade das empresas, das instituições… Mas, tal comportamento nem sempre acontece junto de Ministérios, nomeadamente, o da Educação ou até de Associações de Pais e Sindicatos dos Professores.

O nosso modelo de escola atual parou no Séc. XIX. A escola ostracizou-se, ficou impermeável às mudanças dos tempos, às evoluções científicas e tecnológicas. Se houvesse a possibilidade de teletransportar um professor deste século até 1880, facilmente usaria a “cartilha” para ensinar. Nada mudou. O manual continua a servir de base referencial para o ensino. E as supostas aprendizagens fazem-se em espaços fechados, em filinhas de mesas alinhadinhas, geralmente por ordem numérica.

Se observarmos o comportamento dos pais, quando são convocados pelo Diretor de Turma para reuniões, verificamos que entram na sala como se revivessem o passado escolar deles. Sentam-se no lugar que geralmente é ocupado pelo alunos e, silenciosa e pacatamente, escutam com reverência a oratória do “Stôr”. E saem com as “informações empacotadas”, tal como os filhos o fazem. Missão cumprida.

É urgente uma mudança do olhar na sociedade e na Escola. Essa mudança só será possível, tendo como objetivo a proteção das nossas crianças e jovens, garantindo-lhes mais e melhores condições de aprendizagem e de bem-estar no local onde passam a maior parte do tempo, fora da família. No mesmo sentido, é fundamental assumir na sociedade que a família é um núcleo essencial para a preservação de valores e princípios fundamentais para formar o caráter e a personalidade dos futuros cidadãos. Sabia que as crianças portuguesas, entre os 7 e os 14 anos, passam mais de 7.000 horas fechadas na escola? Portugal é um dos dez países da OCDE onde os alunos passam mais horas na sala de aula. Será todo este tempo útil, significativo, fora do seio familiar?

Pensar fora da caixa é também refletir sobre uma outra forma de estruturar a sociedade, as organizações, os tempos de trabalho das famílias e o próprio calendário escolar. De imediato, há quem se insurja: “mas isso é bem mais complexo; requer grandes mudanças na economia, no horário laboral, na escolas, nos governos,…”. Pois é. Pensar de forma criativa, que tanto se exige hoje aos jovens licenciados, aos empreendedores, é isso mesmo: mudar, transformar, revolucionar.

As mudanças podem e devem passar por esta ambição: reduzir o tempo de permanência dos alunos na Escola; permitir que os pais possam sair mais cedo dos locais de trabalho para acompanhar e estar com os filhos; envolver os municípios para que garantam nas localidades zonas de lazer, parques, atrações lúdicas, numa perspectivas comunitária; oferecer localmente serviços e espaços que promovam a arte, música, dança, pintura, desportos, artesanato; garantir que a escola possa manter os seus múltiplos espaços abertos e professores-animadores disponíveis à comunidade para acompanhamento ao estudo e criação de projetos de intervenção local, gratuitamente…

“Mais Família e Menos Escola” é, ou deveria ser, um slogan de toda a sociedade. Aplicar as nossas energias e esforço na transformação da nossa sociedade é um dever de todos. Enquanto continuarmos com a “cabeça enterrada na areia” (ou na caixa), revelamos incapacidade de iniciativa, de vontade e de responsabilidade para com os nossos filhos, nossos educandos, as nossas vidas! 

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