Somosbibliotecas.pt


O cidadão nascido no Poço do Boliqueime que afincadamente usou todos os seus poderes para apagar o nome da terra que o viu nascer permanecerá para a história como alguém que nunca saiu da alegoria do poço, com um mundo da dimensão das sombras que se projectam nas suas paredes. Aguardando a “inspiração de Nossa…


O cidadão nascido no Poço do Boliqueime que afincadamente usou todos os seus poderes para apagar o nome da terra que o viu nascer permanecerá para a história como alguém que nunca saiu da alegoria do poço, com um mundo da dimensão das sombras que se projectam nas suas paredes. Aguardando a “inspiração de Nossa Senhora de Fátima” (que iluminou o país na sétima avaliação da troika) para indigitar António Costa, Cavaco Silva decidiu ouvir sete personalidades e várias instituições sobre a situação do país. O clube de todas as sete personalidades escolhidas era o dos homens, economistas de formação e, pelo menos, sexagenários. Uma brigada do reumático que garantidamente não abalará a condição de escuridão da qual Cavaco não deseja que se saia.

Infelizmente, este mundo das trevas não está condenado à extinção, como poderia prenunciar a provecta idade dos seus guardiões. Para o derrubar precisa-se de mais cultura, mais informação, mais conhecimento.

Em tempos de crise, as bibliotecas públicas municipais são ainda mais uma reserva de conhecimento imprescindível, acessível a todos em todo o território do país. No fundo do poço do mundo das sombras, elas representam um custo orçamental. Um custo sem receita. Um factor retalhável para as leituras bidimensionais e quadriculadas da sustentabilidade financeira. Diminui-se o horário de abertura, recursos humanos qualificados são substituídos por fornadas de voluntários, corta-se nas aquisições e condena-se aos fundos de um armazém tudo o que é impossível de processar pelos escassos serviços. Esta jihad contra o conhecimento aparece adjectivada como “gestão mais eficiente”.

O manifesto “Somos Bibliotecas. Públicas. Municipais. De todos” e a petição que entretanto foi criada são iniciativas da Associação Portuguesa de Bibliotecários, Arquivistas e Documentalistas que merecem todo o apoio de quem não se resigna a viver na escuridão do poço.

Escreve à segunda-feira

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O cidadão nascido no Poço do Boliqueime que afincadamente usou todos os seus poderes para apagar o nome da terra que o viu nascer permanecerá para a história como alguém que nunca saiu da alegoria do poço, com um mundo da dimensão das sombras que se projectam nas suas paredes. Aguardando a “inspiração de Nossa…


O cidadão nascido no Poço do Boliqueime que afincadamente usou todos os seus poderes para apagar o nome da terra que o viu nascer permanecerá para a história como alguém que nunca saiu da alegoria do poço, com um mundo da dimensão das sombras que se projectam nas suas paredes. Aguardando a “inspiração de Nossa Senhora de Fátima” (que iluminou o país na sétima avaliação da troika) para indigitar António Costa, Cavaco Silva decidiu ouvir sete personalidades e várias instituições sobre a situação do país. O clube de todas as sete personalidades escolhidas era o dos homens, economistas de formação e, pelo menos, sexagenários. Uma brigada do reumático que garantidamente não abalará a condição de escuridão da qual Cavaco não deseja que se saia.

Infelizmente, este mundo das trevas não está condenado à extinção, como poderia prenunciar a provecta idade dos seus guardiões. Para o derrubar precisa-se de mais cultura, mais informação, mais conhecimento.

Em tempos de crise, as bibliotecas públicas municipais são ainda mais uma reserva de conhecimento imprescindível, acessível a todos em todo o território do país. No fundo do poço do mundo das sombras, elas representam um custo orçamental. Um custo sem receita. Um factor retalhável para as leituras bidimensionais e quadriculadas da sustentabilidade financeira. Diminui-se o horário de abertura, recursos humanos qualificados são substituídos por fornadas de voluntários, corta-se nas aquisições e condena-se aos fundos de um armazém tudo o que é impossível de processar pelos escassos serviços. Esta jihad contra o conhecimento aparece adjectivada como “gestão mais eficiente”.

O manifesto “Somos Bibliotecas. Públicas. Municipais. De todos” e a petição que entretanto foi criada são iniciativas da Associação Portuguesa de Bibliotecários, Arquivistas e Documentalistas que merecem todo o apoio de quem não se resigna a viver na escuridão do poço.

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