Promover o turismo através da internet e do marketing digital é a grande aposta do Turismo de Portugal. Para isso, o organismo quer actuar nas várias fases do ciclo de viagem: planeamento, reserva e partilha.
Para trás ficaram os grandes investimentos em promoção tradicional, como era o caso dos outdoors. O objectivo agora é transformar acções que garantam a conversão do interesse em venda, daí a presença forte nos motores de busca, já que é nessas plataformas que as viagens são actualmente decididas e compradas.
“Deixámos de fazer comunicação tradicional há dois anos. Confirmou-se que com os recursos que temos disponíveis e com os objectivos de promoção que temos, a comunicação online é claramente aquela que melhor nos serve. E o primeiro trajecto foi pôr Portugal nos lugares cimeiros nas pesquisas dos viajantes”, revela ao i João Cotrim de Figueiredo.
A ideia é simples, de acordo com o responsável: “A aposta numa campanha totalmente online permite, com maior eficácia e gestão de meios, estar mais próximo da decisão de férias do turista, levando-o a escolher e a divulgar Portugal e contribuindo fortemente para os bons resultados que o sector do turismo tem apresentado.” Acrescentou ainda que “com as novas ferramentas online e as redes sociais, o turista se torna um líder de opinião poderosíssimo, já que passa a ser ele a dizer bem e a recomendar ao seu círculo de influência a experiência no nosso país”.
Mercados-alvo Para não dispersar esforços, o Instituto de Turismo de Portugal escolheu 13 mercados e 11 idiomas – Alemanha, Brasil, Dinamarca, Espanha, França, Holanda, Irlanda, Itália, Polónia, Reino Unido, Rússia, Suécia e Estados Unidos – considerados prioritários. “Alguns destes mercados estão maduros e consolidados, outros ainda apresentam um potencial de crescimento elevado e outros são emergentes”, salienta o responsável.
A campanha internacional está centrada nos meios Google (Google AdWords e Google Display), YouTube, Facebook e também em sites especializados de alguns mercados, conduzindo depois o tráfego gerado nestes canais para o portal www.VisitPortugal.com e para as suas redes sociais.
Como a internet muda todos os dias, o organismo está preparado para fazer a migração de crescimento de uns para os outros consoante as condições económicas e sociais de cada mercado.
“Dentro de cada mercado temos políticas próprias em função da forma como está organizado, a estrutura da procura, os segmentos mais ou menos importantes, a idade média dos consumidores, o seu rendimento disponível e a motivação das viagens. Tudo isto é identificado, o que permite gerar uma série de targets para a comunicação online”, acrescenta.
João Cotrim de Figueiredo afirma que Portugal é um dos países pioneiros a fazer essa promoção através das novas tecnologias, mas reconhece que outros poderão seguir esse exemplo, e daí a necessidade de evoluir constantemente.
“Temos algum avanço nesta área do online, mas é um avanço que facilmente pode ser recuperado pelos outros. Por isso temos de estar continuamente a analisar a forma como podemos melhorar o nosso sistema para manter aquilo que considero uma vantagem competitiva. Se não nos apercebermos das alterações na motivação de viajar ou se nos apercebemos tarde, então nós todos enquanto país vamos perdendo competitividade”, refere Cotrim de Figueiredo.
Orçamento O Turismo de Portugal investe cerca de 20 milhões de euros por ano. Perto de metade dessa verba é usada em comunicação tradicional e o restante valor é aplicado em trabalho directo no terreno com os operadores turísticos, os agentes de viagem e as companhias áreas e passa pelo planeamento e pela organização da vinda de mais de um jornalista por dia para escrever sobre o destino.
Feitas as contas, até ao final do ano vão estar 500 jornalistas em Portugal com vista a aumentar o número e a relevância das menções a Portugal. Por isso é natural que Portugal tenha tido centenas de referências e ganho vários prémios internacionais. “Isso sucede também porque passámos a trazer cá quem poderia escrever sobre o nosso extraordinário destino: simples, eficaz e mais barato. O marketing digital e a promoção não institucional são evidentemente mais subtis e discretos, mas não podíamos continuar a fazer promoção como se fazia nos anos 90, apenas para que por cá se vissem enormes cartazes ou anúncios a toda a hora. A promoção deve servir para captar turistas, não para captar votos”, revelou Adolfo Mesquita Nunes.