UNESCO defende combinação de tradição e ciência para prevenir risco de desastres

UNESCO defende combinação de tradição e ciência para prevenir risco de desastres


A UNESCO defendeu esta terça-feira a combinação de práticas e saberes tradicionais com conhecimentos científicos para prevenir de forma eficaz e sustentável o risco de desastres.


“Não podemos ignorar o conhecimento disponível para nós; ao invés disso, devemos expandir e integrar o conhecimento e experiência onde quer que eles podem ser encontrados. Convido a todos os nossos parceiros e governos para promover essa visão global: é a chave para a construção de sociedades que são tanto mais resilientes quando elas são inclusivas”, refere a directora-geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), Irina Bokova, numa mensagem divulgada por ocasião do Dia Internacional para a Redução de Desastres Naturais.

“O conhecimento salva vidas. Este dia é uma oportunidade para se concentrar na importância vital dos conhecimentos locais, tradicionais e indígenas, na redução do risco de desastres no que diz respeito aos perigos naturais”, considerou a directora-geral da UNESCO, assegurando que a sua agência “está firmemente empenhada neste processo, através da sua experiência educacional, científica e cultural”.

A responsável lembrou que “a contribuição do conhecimento, indígena e local, para a resiliência entre populações vulneráveis foi realçada aquando do tsunami registado no oceano Índico em 2004”, pelo que “a UNESCO está comprometida com a maior difusão possível dos conhecimentos indígenas para enfrentar os desafios das mudanças climáticas e os riscos naturais, especialmente em zonas remotas, tais como pequenas ilhas, zonas de grande altitude e os trópicos húmidos”.

Exemplificando o impacto deste tipo de iniciativa, Irina Bokova assinalou que “a UNESCO lançou uma iniciativa, nas Filipinas, Timor-Leste e na Indonésia para registar o conhecimento local que ajuda a prever, mitigar e adaptar às tempestades, ciclones e os efeitos das mudanças climáticas”.

“Tudo demonstra o profundo conhecimento e domínio do ambiente pelos povos que vivem lá, o que deve-se incluir urgentemente nas políticas de gestão de desastres naturais”, afirmou na nota.

A Terceira Conferência Mundial das Nações Unidas sobre Redução de Riscos de Desastre, realizada em Março último, na cidade japonesa de Sendai apelou para a necessidade de tornar esse conhecimento melhor difundido para o benefício de todos, exortando para “uma maior cooperação” entre governos, autoridades locais, comunidades e povos indígenas na formulação e implementação de políticas e normas para a prevenção de desastres naturais.

Lusa