António Costa tem evitado o tema sondagens das intervenções públicas que tem feito, mas esta sexta-feira, em Almeirim, abordou o assunto para garantir que na “gigantesca sondagem” que diz fazer pelo país, a “esmagadora maioria dos portugueses tem vontade profunda que o governo perca as eleições”.
Costa abriu o discurso na passagem pelo Ribatejo logo a falar em sondagens, mas nas que garante estar a fazer ao “falar com milhares e milhares de pessoas nas ruas, nas empresas e nas sessões de debate”: “Nesta gigantesca sondagem que diariamente faço pelo país”. E foi na sequência disto que afirmou que “só há uma solução para a coligação perder, é necessário que o PS ganhe e para o PS ganhar é preciso ter uma vitória clara, inequívoca e maioritária”. Uma expressão que estava afastada do discurso do líder socialista há quase uma semana.
A praticamente uma semana das eleições, Costa diz-se convicto da derrota da coligação que “acha que consegue enganar tanto os outros, que pode enganar-se a si própria convencendo-se que perante a derrota histórica que se aproxima pode ganhar com ou sem a maioria as próximas eleições”. O candidato do PS começa agora a subir o tom no apelo ao voto dos que estão “esmagados, desalentados, descrentes. Temos de os acordar, mobilizar e dizer que não é ficando em casa que se resolve o problema”. E até descreve ponto por ponto o que fazer a 4 de Outubro: “O problema pode resolver-se já no dia 4 de Outubro, para isso é preciso não ficar em casa, ir à assembleia de voto, pegar no papelinho, ir à cabine, pegar na caneta e pôr a cruzinha no Partido Socialista.” Aliás, Costa até deita culpas, caso a coligação ganhe: “Quem ficar em casa está a ajudar indirectamente o que menos deseja que é manter o actual governo.”
“Mobilizar os militantes é o que falta fazer”, disse Costa numa noite em Santarém onde também o cabeça-de-lista do PS pelo distrito apelou à mobilização numa “semana decisiva”. Vieira da Silva diz que o PS tem a “responsabilidade e ambição de milhões de portugueses” que se “cruzam na rua e que, às vezes timidamente, nos dizem boa sorte”. O deputado socialista ritmou o seu discurso com um verso de Sérgio Godinho para atacar a coligação e Pedro Passos Coelho. “Pode alguém ser quem não é? Pode alguém prometer o que nunca foi capaz de cumprir?”.