Eduardo Paz Ferreira, catedrático na Faculdade de Direito, é uma das vozes mais autorizadas a falar sobre a Europa. Dirige o Instituto de Estudos Europeus da Universidade de Lisboa e acaba de publicar um novo livro – “Encostados à Parede, crónicas dos novos anos de chumbo”, um retrato cruel da crise. Mas o livro foi escrito antes da crise dos refugiados e do desastre grego: em vez de “tia chata”, hoje Eduardo Paz Ferreira chamaria à Europa “a bruxa da Branca de Neve”. É açoriano, como Medeiros Ferreira, de quem foi chefe de gabinete no Ministério dos Negócios Estrangeiros quando tinha 23 anos. Está desiludido até à medula com os socialistas europeus e entusiasmado agora com Jeremy Corbyn. Blair, diz, “assassinou a social-democracia”.
Continuamos encostados à parede?
Podemos pensar só na dimensão portuguesa ou na dimensão europeia, mas em qualquer delas isso parece-me evidente. Em Portugal este governo conseguiu fazer uma coisa que é criar dois portugais: um Portugal visível, que aparentemente conseguiu reacomodar-se aos cortes que sofreu nos seus rendimentos. Depois um Portugal maioritário que sofreu na pele até mais não os cortes e a austeridade. E é esse Portugal que está encostado à parede, o Portugal sem voz. E isso tem sido gerido de uma forma espectacular por este governo, quando faz o discurso do Portugal positivo, do Portugal dos bons indicadores económicos. Do ponto de vista da Europa tudo se agrava. Se eu pudesse acabar hoje o livro, era seguramente mais duro com a Europa do que sou aqui. Quando escrevi ainda não se tinha passado o sinistro episódio da Grécia, ainda não se tinha visto a extensão do drama humano dos refugiados e da incapacidade da Europa para lidar com eles. Estamos encostados à parede, embora isso não signifique que eu pense que vamos ficar definitivamente encostados à parede.
Portanto, ainda acha que é possível uma saída?
Tem que ser possível. Não sei é quantos anos vai demorar. Veja a vitória de Jeremy Corbyn na Inglaterra. O que faz esse sucesso? Os eleitores dele dizem “ele é um ser humano”, “ele diz coisas que nós compreendemos”, “ele fala como uma pessoa normal”. Não é um político produzido por agências de comunicação que não tem nada a ver com a realidade. Claro que o problema disto é que normalmente as situações de crise provocam respostas extremistas, de um lado e de outro. O extremismo à esquerda não tem sido muito evidente, mas tivemos o Syriza com todos os desastres subsequentes, o Podemos e não muito mais. Mas cada vez mais vai aparecer essa fuga para a esquerda porque os partidos socialistas e sociais-democratas europeus não estão a ser capazes de encontrar um espaço próprio.
Os partidos socialistas na Europa parecem iguais ao PPE…
São uma versão um pouco mais beata, digamos assim, no sentido em que prometem mais humanidade. Mas realmente estão no mesmo bloco global de defesa das políticas de austeridade. A questão é praticamente entre a austeridade muito dura e a austeridade menos dura. Ora, isto não é uma alternativa política. Dito isto, entendamo-nos: prefiro que ganhe a austeridade menos dura. Costuma-se muito sublinhar a queda de qualidade da classe política a nível mundial. E isto é particularmente visível à esquerda! É muito impressionante!
A crise da esquerda acentuou-se com a crise financeira e seria de esperar o contrário?
Realmente, a única grande voz contra esta situação é a do Papa. Não encontramos nenhum líder de esquerda – o Corbyn é o primeiro que aparece a dizer que outra política é possível, que é possível nacionalizar, que é possível haver empresas públicas. Não tenho uma teoria de uma conspiração mundial, mas de facto instalou-se no poder um conjunto de pessoas que a única coisa que faz é servir interesses económicos e financeiros, como aliás o Papa tem sido muito claro a explicar. Essas pessoas criaram um ambiente cultural e foram seduzindo muito as pessoas da esquerda que são muito sensíveis a serem elogiadas pela direita. É uma espécie de atestado de que são bem comportados, que sabem comer à mesa, que não são proletários rudes (risos) Há uma sedução enorme…
Tony Blair é um exemplo disso…
Tony Blair é o assassino da social-democracia. Foi ele que deu cabo disto. Acho-o um personagem execrável e a forma como tentou intervir para impedir a eleição de Jeremy Corbyn é impressionante. Ele tem a noção de que o perigo está ali. Ele actua verdadeiramente como o grande representante dos interesses contra o Corbyn, que é o que ele sempre foi. Não é só em Inglaterra. Muitos partidos socialistas estão dominados por este tipo de personagens.
Inclusivamente o nosso?
Tornou-se mais ou menos vulgar falar naquela expressão do “PS dos interesses”. Já é tão usada que é património comum da Humanidade (risos). Não tenho nada contra os meios financeiros serem de esquerda. Agora, seria muito mau que a esquerda e o Partido Socialista não tivessem pessoas competentes na área económica. Voltemos ao Papa: o Papa foi convidado a ir à reunião de Davos. Não foi, mas mandou uma carta a dizer que esperava que aproveitassem os trabalhos para estudarem os meios de pôr a riqueza ao serviço da Humanidade e não a Humanidade ao serviço da riqueza. Era bom que os socialistas que estão mais metidos nos meios empresariais tivessem esse tipo de atitude e não se limitassem a seguir o modelo do “beautiful people”, não procurassem a bênção de todos os comentadores de direita, que é a aspiração máxima de muitos deles.
Tivemos muitos socialistas, ainda no tempo de António José Seguro, a defender a reestruturação da dívida, o Manifesto dos 74. Curiosamente, o PS, de repente, muda de liderança e deita ao lixo todas as ideias que vinham no Manifesto dos 74 que tinha sido assinado por muitos deles.
É um fenómeno extremamente curioso. É preciso ver que a iniciativa do Manifesto é tudo menos do Partido Socialista.
Estou a falar de quem o assinou. Assinaram muitos socialistas, incluindo o presidente do PS, Carlos César.
O presidente do PS assinou. O António Costa tinha um problema qualquer semântico, já não me lembro muito bem qual era, e não assinou. Mas também não se demarcou em termos enérgicos. Não consigo perceber o que é que se passou a seguir pela cabeça do PS. De repente, a ideia da reestruturação da dívida, que é uma ideia em que bate todos os dias o Fundo Monetário Internacional, tornou-se o máximo de subversão para o Partido Socialista. E isso para mim é relativamente incompreensível. Mas voltamos aos socialistas europeus. Uma vez um dirigente muito importante do PS dizia-me: “Não calculas, mas nós somos a ala de extrema-esquerda do Partido Socialista Europeu”. E, por estranho que pareça, acredito que isto será verdade. Se fizermos uma comparação entre António Costa e François Hollande ou Manuel Valls, é bastante razoável aceitar que assim é. E, de resto, a reestruturação da dívida é uma espécie de aldrabice que por aí anda: toda a gente sabe que vai acontecer mais cedo ou mais tarde, mas toda a gente acha que deve fazer aquele número de que é contra. Isto tem uma explicação que tem a ver com um conjunto de características do povo português, que foi muito acentuada pelo salazarismo, que é o “temos que cumprir os nossos compromissos”, “temos que ser honrados”. O que esse tipo de raciocínio não tem presente é que antigamente havia pena de prisão para os devedores e isso não dava nenhuma satisfação ao credor a não ser a satisfação psicológica do outro estar a sofrer. Era a garantia de que não iria receber aquilo a que tinha direito. No fundo, transpõe-se isso para os Estados e põem-se na prisão. Algum dia isto vai acabar, mas para já ninguém quer mexer.
A narrativa que os partidos do governo têm na campanha é exactamente essa: fomos honrados, temos pouquinho, mas isto chega. Acha que este discurso pode funcionar?
Há aí duas partes: o “fomos honrados” o que quer dizer? Que cumprimos os nossos compromissos. E cumprimos. Cumprimos os nossos compromissos com os nossos credores financeiros. O Estado não cumpriu os seus compromissos com os outros credores. Os trabalhadores a quem cortou os salários, os pensionistas a quem cortou as pensões com as reduções várias que foi introduzindo. E não percebo porque é que os direitos dos trabalhadores são inferiores aos direitos dos financeiros. Isso é a primeira questão. Acho que até há com alguma frequência um certo discurso de ódio sobre os bancos e o sistema financeiro. Mas no fundo há algum respeitinho. Toda a gente teve a ideia, na altura, que esta crise iria ter o efeito de questionar o sistema financeiro, mas pelo contrário. Depois há a questão do “vamos viver com poucochinho” que é de facto o salazarismo puro. E tem uma expressão fantástica numa frase terrível do Salazar que é “todos os dias dou graças a Deus por ser pobre”. E isto tem traduções várias, aquela música da Amália da “casa portuguesa, pão e vinho sobre a mesa” dois beijos, um abraço, para que é que precisamos de mais… Uma vez eu estava a dizer isto ao David Mourão-Ferreira e ele disse-me: “Tenha cuidado com isso, o homem que fez a letra dessa música era um homem de esquerda que esteve diversas vezes preso pela PIDE”. E de facto, era. Era o Reinaldo Ferreira, o célebre Repórter X. É para ver como tudo isso entrou na mentalidade portuguesa.
Marcou todos os maiores de 40…
A geração que não era adulta ou adolescente no 25 de Abril não se lembra do que foi o Estado Novo. Já ninguém se lembra do que era as pessoas morrerem porque não tinham dinheiro para serem tratadas, ou o que era as pessoas andarem descalças. É um horizonte que não entra na cabeça das pessoas. Quando se lhes fala nesses valores, honra, respeito…
Que lições podemos tirar da humilhação, ou capitulação, da Grécia com o novo programa de austeridade?
Humilhação é a palavra exacta. Eu sei que as lições que as pessoas tendem a tirar é que não se pode ir contra os patrões, não se pode fazer coisas a partir de propostas unilaterais. Mas acho que a grande lição que temos de tirar é que efectivamente não se pode esperar nada dos actuais protagonistas da União Europeia. A forma completamente gratuita como humilharam a Grécia, como humilharam os cidadãos gregos e depois disto o que se passou! As pessoas ficaram tão abaladas sobre a Grécia que o tema desapareceu! Nunca mais ninguém falou sobre a Grécia!
É um tema incómodo.
É muito incómodo. A esquerda não quer pensar nisto, ainda por cima porque não consegue perceber a traição do Tsipras. Outras pessoas podem usar palavras mais suaves.
Mas o que acha que aconteceu ao Tsipras? Quis tornar-se um líder social-democrata?
Querer tornar-se um líder social-democrata não sei. Acho que podemos ter dois entendimentos possíveis. Ou Tsipras era uma pessoa fraca, que não tinha coragem para levar até ao fim a luta, contrariamente a Varoufakis, ou deve ter-se sentido muito desacompanhado. Lembra-se quando Tsipras foi à Itália e Renzi ofereceu-lhe uma gravata dizendo que era para ele pôr no dia em que fizessem o acordo? Mas depois o Renzi realmente não fez nada para ajudar. Fez vagamente de conta que estava a fazer. O Tsipras deve-se ter sentido demasiado desacompanhado. Mas é impossível fazer a coisa que ele fez, convocar o referendo e aceitar aquelas condições que eram piores ainda. Se ele sentia que não tinha força tinha-se demitido mais cedo ou tinha criado o plano B. O que é totalmente inaceitável é não haver o plano B. Hoje estamos a achar que as questões do euro estão ultrapassadas e que o euro viverá para sempre. Não sei. Era bom que toda a gente tivesse um plano B.
O governo português deveria ter um plano B?
Claramente devia ter um plano B. Não estou a dizer que tenha que o activar, estou a dizer que tem que ter essa hipótese ponderada. Porque senão acontece o que aconteceu ao Tsipras que perante uma montanha que não se move não tem possibilidade de escapar, não sabe por onde.
O prof. não defende a saída do euro?
Não. Para já, não. Mas não excluo que isso não venha a ser um caminho. Se fizermos uma meditação séria sobre se, quando isto tudo começou, os custos da saída do euro teriam sido muito superiores, não sei. Neste momento em que já pagámos um custo tão elevado tendo a pensar que devemos manter-nos no euro, mas num euro que necessariamente tem que ser objecto de uma revisão total sobre as condições de solidariedade entre os países. Eu costumo escandalizar toda a gente dizendo uma coisa que é bater numa das vacas sagradas deste mundo que é o Jacques Delors. Passam a vida a dizer que já não há políticos como o Jacques Delors. Ok. Quem fez a União Económica e Monetária? Jacques Delors! O Jacques Delors, que é um socialista católico, profundamente preocupado com as questões sociais, teve aquela estratégia brilhante de achar que primeiro se tratava das questões económicas e depois, mais tarde, se tratava das questões sociais. Como é óbvio, nunca chegou esse mais tarde. A assimetria profunda que já existia só foi agravada.
O PCP e o Bloco de Esquerda defendem a existência de um plano B. Mas o PS abjura qualquer possibilidade de existir esse plano B.
Abjura? Tem a certeza? Acho que o PS não está a preparar um plano B neste momento. Não está sequer no governo e seria estranho apresentar-se como tendo um plano A e um plano B. Mas espero que venham a criar um plano B. E também espero que nunca seja preciso usá-lo. Just in case.
Admira Jeremy Corbyn e pensa que ele pode resgatar o socialismo do sítio em que o “New Labour” o meteu. Mas depois ele também defende o desarmamento nuclear da Grã-Bretanha. Ele não é um revolucionário a liderar um partido socialista?
O meu entusiasmo com Corbyn não significa que esteja de acordo com todas as suas propostas, embora esteja de acordo com muitas. É muito interessante que Robert Skidelski, esse um verdadeiro lorde – aí sim, a esquerda deve sentir-se acariciada por um lorde (risos) – veio dizer uma coisa elementar. O Jeremy Corbyn, para além do mais, tem o mérito de ter reaberto a discussão sobre as saídas. Só por isso devíamos agradecer-lhe em vez de o estar a massacrar. O Skidelski, que é um keynesiano moderado – as origens dele são o Partido Conservador do qual saiu no tempo da senhora Thatcher – apoia no essencial as medidas económicas de Corbyn. O Stiglitz também, mas isso é mais previsível. Mas muitos economistas importantes ingleses insurgiram-se contra esse massacre à “Corbynomics” como sendo a pior coisa do mundo. Diz-se que Corbyn é radical. É de facto radical para a prática actual, mas não é radical em termos absolutos. Quais são as grandes medidas que ele propõe? A renacionalização dos comboios. Os comboios passaram a funcionar pessimamente. Está mais preocupado do que Portugal com o sector da energia. Acho patriótico que assim seja. Quer criar uma espécie de Serviço Nacional de Educação, que é fundamental. O ensino público inglês é uma vergonha. E depois tem aquele programa do Quantitative Easing ou seja, aumento da massa monetária por parte do Banco Central para poder financiar projectos de desenvolvimento, infra-estruturas. Nada disto é especialmente revolucionário. Isto era o padrão normal da social-democracia. Há uma crítica muito grande ao Quantitative Easing como podendo geral muita inflação. Mas é preciso analisar as coisas no seu momento histórico e neste momento a inflação não causa nenhum problema. O problema é a deflação. Se tivéssemos um bocadinho de inflação era um bom motor de desenvolvimento e também era bom porque pagava um bocadinho da dívida.
Há uma coisa maravilhosa no seu livro, que é o texto de homenagem a Melo Antunes. Diz: “Eu tinha 15 anos e tinha a pretensão de ser um intelectual e era completamente parvo”. O Melo Antunes ensinou-o a beber, mas ensinou-lhe muito mais coisas.
No meu livro há outras duas grandes referências. Medeiros Ferreira e Salgado Zenha. O Melo Antunes é sobretudo pela idade com que me cruzo com ele. Eu sou muito jovem, o Melo Antunes era casado com uma açoriana – ironicamente é mandado para os Açores numa espécie de castigo, só que chega lá e faz alguma agitação política, cultural, e tem a capacidade de agregar um grupo de jovens estudantes liceais. O Melo Antunes teve uma importância muito grande para mim numa coisa: já uma das linhas que ele tinha na altura era o diálogo com os católicos progressistas.
Como é que uma pessoa aos 23 anos se torna chefe de gabinete do ministro dos Negócios Estrangeiros [Medeiros Ferreira]? Os senhores cresciam mais depressa? Era um miúdo.
É estranho. Foi muito divertido, porque quando mandei os meus papéis para a direcção de pessoal disseram-me “enganou-se, meteu aqui uma data de nascimento errada”. Devo dizer que aquilo causou uma grande perturbação no ministério. Os embaixadores viam com alguma dificuldade ter que lidar com um jovem de 23 anos que não tinha quaisquer credenciais a não ser ter sido jornalista e que de repente lhe caía ali a transmitir-lhe ordens e indicações.
Fala muito da alegria e optimismo de José Medeiros Ferreira…
A pessoa que mais contribuiu para eu não ter a ideia sisuda do que é um intelectual foi o José Medeiros Ferreira, que era absolutamente fascinante. Ele chegava de Lisboa e a única coisa que queria era namorar aquelas meninas, devo reconhecer que algumas eram muito bonitas, que eu achava que não tinham nada na cabeça (risos). O Medeiros Ferreira teve sempre um optimismo e uma alegria de viver como eu nunca conheci. Lembro-me de naquele período difícil do pós-25 de Abril, em que estávamos daquele lado da barricada que parecia que estava a perder, e um amigo meu dizia: “O Medeiros, quando o estiverem a levar para o paredão para o fuzilarem, vai dizer: ‘não, eles ainda vão perceber que eu tenho razão e que eles estão errados’” (risos). É impressionante que tenha passado muitos anos da vida a ser completamente vilipendiado, maltratado. O PS nacional – não o açoriano – tratou-o pessimamente.
Estamos com a maior crise de refugiados desde a segunda guerra. A “tia chata” vai conseguir responder?
A “tia chata” foi uma expressão que roubei ao Matteo Renzi, mas já não usaria hoje. Hoje falaria na bruxa da Branca de Neve ou coisa que o valha, porque as coisas pioraram muito. A capacidade que Merkel teve de mandar na Europa não está a ter neste caso. E é completamente inaceitável o tempo que a União Europeia demora para discutir isto. É uma situação de emergência. Não há um empenho sério. E depois aquela posição completamente sinistra daquele grupo de países de Leste, países que foram tratados nas palmas pela União Europeia, receberam toda a espécie de solidariedade, e têm esta atitude. A União Europeia pactuou até aqui com a Hungria e tem, num certo sentido, o que merece. Os refugiados é que não merecem. E sabemos que em boa medida os refugiados estão aqui por causa dos sarilhos que a Europa e os Estados Unidos arranjaram lá nos sítios onde eles viviam, o que lhes tornou a vida impossível.