Além da vitória eleitoral, Alexis Tsipras conseguiu ontem um resultado que lhe permite silenciar a oposição interna, em crescendo no Syriza desde o início do Verão. Oavanço do terceiro resgate deixou grande parte da esquerda radical insatisfeita, com muitos a avançarem para a criação de um partido próprio, aUnidade Popular, contra o resgate e contra a permanência na moeda única. Este novo partido, contudo, nem um deputado conseguiu eleger ontem. A ex--presidente do parlamento de Tsipras, Zoe Konstantopoulou, e Panagiotis Lafazanis, ex-ministro de Tsipras, foram assim também os derrotados da noite, além de Meimarakis. Mas há mais.
A expectativa do To Potami era grande. Com as sondagens a colocarem Syriza e Nova Democracia taco a taco, o partido mais ao centro do espectro grego contava ser um dos trunfos chamados ao governo para desbloquear uma maioria. Nada mais errado. Caiu na votação, elegeu menos seis deputados e, dada a votação deSyriza e do ANEL, o governo não precisa de mais nenhum partido para ter os 151 deputados exigidos para a maioria.
Há ainda a salientar a ligeira recuperação encetada pelo PASOK, o partido socialista grego. Depois de quase ter desaparecido de cena em Janeiro, com menos de 5% dos votos, agora conseguiu elevar a sua votação para os 6,4% – subir pouco é melhor que continuar a cair. Ainda na esquerda, saliente-se que o Partido Comunista Grego (KKE)manteve a votação já obtida em Janeiro (c. 5,5%), perdendo no entanto um assento.
Já do outro lado do espectro, e no extremo da direita, há a salientar a subida de votação do Aurora Dourada (6,3% para 7%), que no próximo parlamento contará com 19 deputados, mais dois que em Janeiro.