Hollande. Acordo sobre o clima depende do financiamento pelos países ricos

Hollande. Acordo sobre o clima depende do financiamento pelos países ricos


O estabelecimento de um pacto para combater as alterações climáticas depende de as nações ricas se comprometerem em termos de financiamento, afirmou hoje o Presidente francês, que alertou para “os riscos de fracasso” da conferência de dezembro.


“Não vai haver acordo (…) se não houver um compromisso firme no financiamento” dos países em desenvolvimento, disse, quando ministros e representantes de 57 Estados se encontram reunidos na capital francesa, que vai acolher a cimeira, para discutir precisamente esta questão.

A conferência, realizada no âmbito da Organização das Nações Unidas, vai decorrer entre 30 de novembro e 11 de dezembro na capital francesa, tem o objetivo de definir um pacto universal para responder à ameaça das alterações climáticas.

Mas sem um acordo nas finanças, “os países vão recusar, as economias emergentes (…) e eles têm razão”, afirmou François Hollande aos jornalistas.

O financiamento das ações tem sido um dos principais escolhos nos esforços internacionais, velhos de anos, para concluir um pacto que comprometa todos os Estados com a redução das emissões de gases com efeito de estufa.

O objetivo principal é o de limitar o aquecimento global a dois graus Celsius em relação aos níveis anteriores à Revolução Industrial, um valor considerado o patamar a não ultrapassar para procurar evitar os piores cenários das alterações climáticas.

As afirmações de Hollande foram feitas em conferência de imprensa quando vários ministros do Ambiente dos Negócios Estrangeiros concluíram dois dias de negociações sobre o assunto do financiamento.

O dinheiro é fundamental para ajudar os países em desenvolvimento a mudar para fontes limpas de energia, adaptar a um mundo com o clima alterado e lidar com as perdas e prejuízos que vão sofrer com a subida do nível dos mares, secas, tempestades e outros impactos.

Os países pobres e em desenvolvimento, que estão entre os mais ameaçados pelo aquecimento global, estão a insistir com os seus parceiros ricos para que demonstrem como vão cumprir a promessa, feita em 2009, de reunir uma verba de 100 mil milhões de dólares (90 mil milhões de euros) em 2020 para financiar a resposta às alterações climáticas.

Lusa