A emissão de vistos gold foi suspensa pelo director do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), uma medida que está a preocupar os vários agentes do sector imobiliário.
Já em Maio deste ano, o presidente da APEMIP, Luís Lima, alertava para uma estagnação nos processos de atribuição de autorizações de residência, tendo-se registado apenas seis vistos, num total de quatro milhões de euros, uma quebra abrupta face ao mês anterior que inscreveu a emissão de 88 Autorizações de Residência para Investimento (ARI).
Em Junho, foram atribuídos mais 30 vistos que no mês anterior, uma subida pouco representativa “tendo em conta que a média de emissões mensais ronda os 80 vistos” declarou o representante das imobiliárias.
Para Luís Lima, a suspensão na atribuição de vistos “é uma péssima notícia, que poderá ter consequências muito graves no que toca à percepção da credibilidade do programa por potenciais investidores. Depois da operação labirinto, surgir mais um entrave processual desta ordem, é convidar os investidores a procurarem outros países para investirem o seu dinheiro. Esta situação é incompreensível, e quem fica a perder é, apenas e só, o nosso país”.
Para o responsável, a importância deste programa é incontestável. “Em termos de investimento directo, os vistos gold já trouxeram para o país cerca de 1,5 mil milhões de euros, o que em investimento indirecto poderá representar quatro a cinco mil milhões, em impostos, na saúde, hotelaria, restauração, entre outros sectores. Um programa com esta importância não pode suspenso devido à ineficácia da legislação aplicada”.
Já a Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário diz que esta decisão "vem agravar uma situação já de si incompreensível", uma vez que, Portugal está a prescindir de um programa que foi responsável pela captação de cerca de 1,5 mil milhões de euros, desde a sua entrada em vigor e que representou mais de 100 milhões de euros em receitas directas para o Estado, "a que se somam incontáveis efeitos positivos noutras actividades, como o comércio ou o turismo".
"Portugal não pode abdicar destes investidores. Não pode correr o risco de perder o potencial de investimento que os mesmos representam, canalizados para outros países que são capazes de decidir com maior rapidez e de legislar com maior eficácia", diz a CPCI, em comunicado.
Até 30 de Junho foram atribuídos 2420 vistos gold. Os chineses mantêm-se no topo da lista dos cidadãos que mais investem neste programa, com um total de 1947 vistos concedidos, seguindo-se o Brasil com 87 e a Rússia com 79.