Em Bruxelas foi entregue o pedido oficial de resgate por parte do governo grego, na mesma altura em que Alexis Tsipras participa no debate no Parlamento Europeu (PE).
“Estávamos em sufoco orçamental”, nos últimos cinco meses, afirmou o responsável, admitindo que tem estado mais ocupado a negociar com os credores do que a governar o país. “Estivemos a pensar sobre como manter a economia viva”.
O líder grego respondia aos ataques dos membros do PE, que resumidamente pediram a Tsipras que assumisse as suas responsabilidades e que apresentasse um pacote de reformas credível, evitando tornar-se num “falso profeta”.
“Quero o vosso apoio para ajudar a mudar a Grécia. Todos nós entendemos que este debate não é exclusivamente sobre um país. É sobre o futuro da nossa construção comum, da União Europeia, da Europa”, redarguiu Tsipras.
Sobre as acusações de que ainda não aplicou concretamente quaisquer medidas económicas, Tsipras salientou que combateu a evasão fiscal e que levou para a justiça muitos gregos “que tinham fugido aos impostos”. E rebateu também as acusações de que Atenas teria um plano secreto para sair da zona euro.
"Para aqueles que acham que nós temos um plano secreto para que saiamos da zona euro, posso assegurar-vos" que isso não existe. "Todas as declarações de que um voto no 'não' significaria sair do euro vieram de fontes oficiais europeias".
E ainda atirou ao presidente da facção conservadora, o alemão Manfred Weber: "O momento mais fortemente solidário da história moderna da Europa aconteceu em 1953 quando o seu país saiu de duas guerras e a Europa, o povo europeu, mostrou a maior solidariedade possível. 60% da dívida foi perdoada nessa altura".
E não deixou de fazer uma menção filosófica para tentar acalmar os ânimos de um PE que vaiou Tsipras logo na sua entrada. “Sófocles ensinou-nos que a mãe de todas as leis humanas é a justiça. E isso é algo para recordar”.