© Armando Babani/EPA
Dois momentos de glória: 1. apresentação da Estratégia Nacional e Plano de Acção para a Empregabilidade Digital 2015-2020 pela CPED; 2. Carlos Zorrinho leva à UE o Programa ISA 2, com soluções tecnológicas facilitadoras do relacionamento entre as administrações públicas e os cidadãos. Sobre ambos os pontos, agrada-me sempre a visão do “copo meio cheio”.
As contas parecem fáceis. E não é certamente despesismo o investimento que a área das TIC merecer. Mas centramo-nos de novo numa parte da equação. Termos a tecnologia sem termos equipas multidisciplinares e ajustadas a processos comunicacionais inovadores não é suficiente. No caso da relação entre a administração pública (AP) e os cidadãos não podemos continuar a confundir desmaterialização com comunicação.
A burocracia mantém-se e é cada vez mais difícil comunicar com estruturas do Estado. As relações de confiança entre a AP e a sociedade ou entre stakeholders de uma organização não são melhores quanto maior o investimento em TIC, mas em pessoas.
Há dias soubemos que parte dos objectivos da Agenda Digital Europeia já foram alcançados. Mas o número de PME com estruturas e-commerce ou competências digitais estão ainda longe da meta. Para Portugal entrar verdadeiramente na corrida da competitividade tem de olhar para equação no seu todo e formar/requalificar recursos humanos, de modo que os discursos da valorização passem de bandeiras.
Há diferença na contabilidade sempre que a 18 se acrescenta 1. Ou a 19 não se subtraia 1. E o caminho ainda é longo.
Coordenador executivo da pós-graduação
em Comunicação Estratégica Digital do ISCSP/ULisboa