Diversas assembleias de voto foram atacadas, incluindo com granadas, esta madrugada, no Burundi, perturbando o início da votação para controversas eleições legislativas e municipais em alguns locais do país.
Na capital, Bujumbura, e em algumas províncias, grupos armados lançaram granadas na véspera das legislativas e municipais, atrasando mesmo o arranque da votação em muitas das assembleias de voto, segundo a polícia e as autoridades eleitorais.
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“A votação ainda não teve início em muitos dos centros da capital porque os funcionários eleitorais estão a tentar preparar os materiais que chegaram tarde a quase todas as assembleias de voto por causa dos ataques da madrugada”, disse o presidente da comissão eleitoral, Cyriaque Bucumi, à agência AFP.
A oposição e grupos da sociedade civil apelaram a um boicote às eleições por entenderem que não serão nem livres nem justas.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, apelou, na passada sexta-feira, ao Burundi para adiar o escrutínio devido ao clima político e de segurança, mas as autoridades recusaram fazê-lo.
Depois das eleições legislativas e municipais, têm lugar, a 15 de Julho, as presidenciais.
O Burundi vive uma grave crise política desde o anúncio, no final de Abril, da candidatura do Presidente Pierre Nkurunziza a um terceiro mandato, o que desencadeou um movimento de contestação popular que foi violentamente reprimido pela polícia.
Também conduziu a um golpe de Estado falhado em meados de Março, durante o qual os ‘media’ independentes foram destruídos, continuando actualmente impedidos de funcionarem.
A violência devido à contestação popular causou pelo menos 70 mortos, segundo dados de uma organização não-governamental de defesa dos direitos humanos do Burundi, e mais de 100 mil pessoas fugiram para os países vizinhos.
Lusa