O candidato com mais hipóteses será, portanto, o que consegue dar o seu melhor, desempenhando a sua actividade como se estivesse no terminal de um aeroporto internacional: sempre em trânsito e sob pressão permanente para não perder o voo. Será aquele que consegue mudar quando é preciso. Mudar de área, mudar de função, mudar de país, mudar em início, no meio ou na recta final da carreira. É exigente, mas também é esforço que se promete recompensar.
As grandes empresas caçam talentos nas escolas e universidades, treinam as aptidões e seleccionam só os melhores. Esses são incentivados a ficar desde que continuem a superar o seu talento. Estamos então perante o modelo ideal de trabalho: quem tem mérito tem tudo para ser bem-sucedido. E este será o verdadeiro caminho da mudança. Uma mudança lenta que ainda não chegou à maioria das empresas portuguesas. Longe disso. Recrutar talento e gerir recursos humanos são ainda estratégias que, por enquanto, só entraram nos grandes grupos.
A esmagadora maioria do tecido empresarial português – ou seja, as PME – ainda não começou esta mudança. E quanto mais tarde arrancar esta engrenagem, mais tardia será essa mudança. É preciso ter em atenção que, lá fora, essa viagem está em velocidade de cruzeiro e boa parte das empresas internacionais leva já uma dianteira.