Qualidade da água acima de 98% teve impacto na descida de casos de hepatite


A qualidade da água para consumo humano continuou acima de 98%, em 2013, uma situação que o presidente da entidade reguladora do setor relaciona com a descida do número de doenças contraídas por via hídrica, nos últimos anos. O relatório anual sobre o “Controlo da Qualidade da Água para Consumo Humano” foi hoje divulgado pela…


A qualidade da água para consumo humano continuou acima de 98%, em 2013, uma situação que o presidente da entidade reguladora do setor relaciona com a descida do número de doenças contraídas por via hídrica, nos últimos anos.

O relatório anual sobre o “Controlo da Qualidade da Água para Consumo Humano” foi hoje divulgado pela Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR), no âmbito do Congresso Mundial da Água, que decorre em Lisboa até sexta-feira, e revela que os portugueses podem recorrer à torneira “com confiança”, ficando os poucos casos de incumprimento no interior.

O documento “vem confirmar o excelente nível de qualidade da água que temos no país, com valores médios acima de 98% o que é um excelente resultado, nomeadamente face aos países desenvolvidos da Europa”, disse à agência Lusa o presidente da ERSAR.

Esta situação “tem um impacto na saúde pública e verificamos a evolução de doenças por via hídrica, como a hepatite, à medida que a curva da qualidade da água vai subindo, a curva dos eventos, por exemplo, da hepatite A vem descendo”, realçou Jaime Melo Baptista.

Há 20 anos Portugal tinha 50% de água segura, hoje tem mais de 98%, há 20 anos registavam-se mais de 600 casos A por ano e hoje são menos de 10 casos, segundo os números avançados pelo responsável.

A garantia da qualidade da água da rede pública “em qualquer sítio” é igualmente relevante para o turismo, “valoriza a imagem do país, já que os visitantes procuram saber se é seguro beber água da torneira.

“Temos apenas pouco mais de 1% de situações de incumprimento de qualidade da água face aos padrões muito exigentes da legislação comunitária”, salientou Jaime Melo Baptista.

A maioria dos casos de incumprimento “têm a ver com parâmetros que não põem em causa a saúde pública, como PH, o ferro ou o manganês, e os restantes, que podem afetar a saúde pública, verdadeiramente não a colocam em risco porque, por lei, são imediatamente detetados, é informada a entidade reguladora e a entidade de saúde e é resolvido o problema de imediato”, garantiu o responsável.

O relatório da ERSAR acrescenta que “continua a ser no interior, com maiores carências de recursos humanos, técnicos e financeiros, que se concentram os incumprimentos ocorridos, essencialmente nas pequenas zonas de abastecimento, que servem menos de 5000 habitantes”.

No cumprimento dos valores paramétricos, que em 2013 atingiu 98,27%, a ERSAR explica que, nos 1,73% restantes, os incumprimentos mais acentuadas registam-se nas bactérias coliformes e nos enterococos, por ineficiência da desinfeção, o pH, o ferro, o manganês, o alumínio e o arsénio, devido às características hidrogeológicas das origens de água.

A ERSAR continua a destacar, pela evolução positiva, o parâmetro Escherichia coli (E.coli), devido à “melhoria significativa materializada numa percentagem de cumprimento do valor paramétrico superior à média nacional e classificada pelo segundo ano consecutivo como excelente”.

*Este artigo foi escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico aplicado pela Agência Lusa