A Câmara Municipal de Gaia está a apostar em projetos que visam a sustentabilidade energética para aproveitar verbas provenientes do Banco Europeu de Investimento (BEI) na ordem dos 600 mil euros, revelou, esta noite, fonte da autarquia.
“Estamos a elaborar projetos quer em equipamentos municipais, quer na escola pública, rede viária (…). Vamos levar à próxima reunião de Câmara a abertura de um concurso para a colocação de reguladores de fluxo na iluminação pública que vai permitir reduzir significativamente a fatura energética do município”, disse à Lusa o vice-presidente da Câmara, Patrocínio Azevedo.
O autarca falava esta noite à margem de uma Assembleia Municipal (AM), durante a qual revelou que este projeto “vem do passado”, tratando-se de uma candidatura feita ao programa ELENA (European Local Energy Assistance) quando a autarquia de Gaia era liderada pelo social-democrata, Luís Filipe Menezes.
“O projeto tinha previsto inicialmente um milhão de euros de financiamento direto do BEI mas, neste momento, já vieram para Gaia 600 mil euros”, explicou Patrocínio Azevedo.
A verba foi gasta numa equipa técnica e na elaboração de projetos que, referiu o vice-presidente, “não estão devidamente amadurecidos”, pelo que a autarquia de Gaia decidiu “recorrer” a técnicos da Câmara e da empresa municipal Gaiurb “para preparar esse “dossier” e não ter de devolver os 600 mil euros em 2015″.
Questionado sobre se teme que essa situação venha a revelar-se Patrocínio Azevedo mostrou-se otimista, apesar de entender que “houve desvalorização” por parte do anterior executivo de um projeto que, defendeu o autarca, “era efetivamente pioneiro em Portugal e importante para Gaia”.
Este tema surgiu na sequência das explicações dadas por Patrocínio Azevedo, enquanto presidente em exercício na AM, sobre o projeto “Equipamentos Desportivos Eco-Eficientes”, orçado em cerca de 590 mil euros.
O projeto visa seis equipamentos desportivos: piscinas de Vila D”Este e de Lever, pavilhões de Grijó, Gulpilhares e Vila D”Este e estádio de Grijó.
Trata-se de uma candidatura que aproveita verbas do antigo Quadro Comunitário de Apoio (ciclo 2007/2013), ou seja valores “em aberto” por quebra/anulação de outros projetos.
Esta candidatura implicava uma segunda revisão ao orçamento e 2014, a qual foi aprovada com a abstenção da CDU e do Bloco de Esquerda.
Esta sessão ficou marcada pela apresentação de moções sobre o Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia/Espinho (CHVNG/E) com a CDU, o Movimento Independente Juntos por Gaia, o Bloco de Esquerda, o PSD e o PS a mostrarem desagrado quanto à desclassificação deste equipamento hospitalar.
O Ministério da Saúde publicou a 10 de abril, em Diário da República, a Portaria n.º 82/2014 que classifica o CHVNG/E como uma unidade de tipologia II, o que põe em causa os serviços de Cirurgia Cardiotorácica e Cirurgia Pediátrica.
Após várias horas de discussão, vários deputados, bem como o presidente em exercício, defenderam que fosse criada uma moção única da AM de Gaia, pelo que a votação foi adiada.
De uma ordem de trabalhos que continha sete pontos, nesta AM foram a discussão apenas dois, tendo sido marcada uma nova sessão para a próxima segunda-feira, dia 28.
*Este artigo foi escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico aplicado pela agência Lusa