Jardins comunitários. Um exemplo que ganha raízes


No Norte da Europa, nos EUA, no Canadá, na Austrália ou na Nova Zelândia os jardins comunitários são hoje em dia parte integrante dos planos de arquitectura urbana.


No Norte da Europa, nos EUA, no Canadá, na Austrália ou na Nova Zelândia os jardins comunitários são hoje em dia parte integrante dos planos de arquitectura urbana. Providenciam produtos de consumo frescos e aliviam o stresse da vida citadina, como espaços de lazer, não só para aqueles que ali cultivam. É-lhes reconhecido um papel importante: cimentar relações sociais, criar sentido de solidariedade entre vizinhos e responsabilidade pelo meio ambiente.


Nos EUA existe uma tradição forte de jardins comunitários em áreas urbanas, terrenos abandonados convertidos em hortas, onde flores e plantas aromáticas crescem ao lado de vegetais. No fundo, muito próximos do conceito de jardim público, estes espaços verdes de recreação têm baixo custo de manutenção, pois são cuidados pelos cidadãos, transformados em “hortelões urbanos”.


Na Europa, o fenómeno das hortas comunitárias tem implantação há muito na Alemanha e na Dinamarca. E tem ganho adeptos no Leste europeu. Surgem soluções que se adaptam à nova realidade da fragmentação social e de abandono do cultivo dos terrenos. Na Polónia é conhecida uma espécie de “adopção de agricultores idosos”, com jovens casais a assumir os cuidados de idosos que não têm quem deles se ocupe e preferem não ir para lares de idosos. Enquanto vivem têm garantida esta companhia e assistência, e os jovens têm habitação e uma forma de assegurar a subsistência. Com frequência, os proprietários deixam os terrenos em herança ao casal jovem.


A FAO, Organização para a Agricultura e Alimentação das Nações Unidas, considera a agricultura urbana um escudo contra a crise. Em Portugal, o êxodo para as cidades ainda é recente e considera-se a agricultura uma opção “atrasada”. No entanto, a crise vai quase de certeza obrigar a revolucionar esta mentalidade. N. P.