Fake news.  Facebook vai estar “atento” às legislativas em Portugal

Fake news. Facebook vai estar “atento” às legislativas em Portugal


Rede social diz que há “linhas abertas de comunicação” com as instituições do Estado e todos os partidos políticos portugueses.


Várias equipas do Facebook, responsáveis pelo combate à desinformação e às fake news, vão estar “atentas” às legislativas em Portugal, assegurou o responsável pelo departamento, da referida rede social, de política e governos na Europa, Médio Oriente e África, Sean Evins, numa palestra sobre Integridade nas Eleições organizada pela própria empresa, esta quarta-feira, em Lisboa.

No entanto, questionado pelos jornalistas sobre se o Facebook iria atuar de forma específica nas eleições de dia 6 de outubro, o representante afirmou que não vai haver nenhuma equipa exclusivamente dedicada ao combate de conteúdo falso nas próximas eleições em Portugal.

“Temos equipas na Califórnia, em Nova Iorque, em Washington e em Dublin que vão estar atentas às eleições”, disse Sean Evins, acrescentando que estes funcionários não podem estar “fisicamente em todas as eleições” e que, por isso, o Facebook tem um “modelo global” para tratar de campanhas eleitorais.

“Linhas de comunicação” “Quando se trata de eleições, o que o fazemos é assegurar que são estabelecidas linhas abertas de comunicação com as instituições do Estado e com os partidos políticos para garantir que estes compreendem as ferramentas do Facebook”, explicou ainda o responsável, esclarecendo que este é o protocolo da gigante tecnológica e que Portugal não fugirá à regra. Para não ficarem quaisquer dúvidas, Sean Evins apontou que a rede social de Mark Zuckerberg contacta “todos os partidos” neste processo e que de “maneira alguma” realiza consultoria às referidas estruturas.

Dia de reflexão Sobre o dia de reflexão – o dia antes das legislativas em que se proíbe a difusão de conteúdos propagandísticos –, Sean Evins avançou que a empresa não é uma “figura de autoridade” e que a responsabilidade da difusão de conteúdos de propaganda durante esse período é dos responsáveis pelos mesmos e que a denúncia dessas publicações deve ser feita por fact-checkers ou mesmo por utilizadores.

Novas ferramentas Ainda assim, em nome da transparência, o representante apresentou uma nova ferramenta que obriga os utilizadores que publicam anúncios relacionados com questões sociais, eleições ou política a identificarem-se, fornecendo informações sobre os gastos, o alcance e as entidades financiadoras desses mesmos anúncios. Estes dados podem ser consultados por qualquer pessoa na Biblioteca de Anúncios do Facebook e ficam disponíveis durante sete anos.

Uma outra nova medida adotada pela rede social é a possibilidade de os utilizadores saberem informações sobre as páginas de conteúdos que estão a consultar como, por exemplo, a data de criação e relação com outras páginas. Nick Wrenn, responsável pela secção de parcerias com órgãos de comunicação social do Facebook na Europa, Médio Oriente e África, reforçou que o combate às fake news é uma tarefa complicada e que tem de ser realizada tanto pelas “máquinas” de inteligência artificial da rede social como pelos utilizadores. Neste sentido, empoderar os mesmos com a capacidade de identificar e reportar conteúdo falso é uma das grandes prioridades do Facebook, tendo em conta que a rede social quer encontrar um equilíbrio entre “dar oportunidade às pessoas de dizerem o que quiserem” e, ao mesmo tempo, “combater a desinformação para manter as pessoas seguras”. Porém, discursos de ódio dirigidos a uma determinada etnia, raça, origem nacional, afiliação religiosa, deficiência e doença, orientação sexual, sexo e género são removidos quando identificados.

Foi ainda avançada a informação de que a empresa tem cerca de 30 mil funcionários no mundo inteiro a fazer verificação de factos e que são bloqueadas por dia mais de um milhão de contas falsas, logo no momento em que são criadas.