Elon Musk. Na fronteira do futuro a olhar para além do planeta Terra

Elon Musk. Na fronteira do futuro a olhar para além do planeta Terra


A base da economia moderna é o conhecimemento e tornar o acesso a este universal é uma aposta para o crescimento. Aliado à tecnolgia dá uma perspetiva da evolução atual. Elon Musk é um dos obreiros desta visão


A economia mundial deixou uma base de manufatura e caminha para o conhecimento digital. Informação, dados, big data, partilha, flexibilidade são sinónimos dos empregos e trabalho do futuro.

Tudo assente em tecnologia. Cada vez mais rápida, mais intensa, mais disruptiva. Os Tempos Modernos fundam-se na partilha e disseminação do conhecimento e da informação.

Tal como no filme clássico de Charlie Chaplin, o desafio é sobreviver num mundo moderno e industrializado. O mundo de hoje tem semelhanças com o de 1936, data do filme, como por exemplo as máquinas a ocuparem o lugar dos homens e as consequências sociais.

O filme é bastante futurista, já que várias tecnologias que são mostradas no filme não existiam há época. E a inovação tecnológica pauta os dias de hoje.

Um exemplo desta inovação está na pessoa de Elon Musk. Mas ao contrário da personagem de Chaplin, o empreendedor está perfeitamente confortável na navegação da economia atual ao mesmo tempo que traça possíveis caminhos para o futuro da humanidade, a mais curto e a mais longo prazo.

Aos 45 anos tem tripla nacionalidade (sul-africana, canadiana e norte-americana). Tem seis filhos, uma fortuna de mais de dez mil milhões de dólares e o envolvimento em muitos projetos.

Com 11 anos desenvolveu um videojogo e vendeu-o por 500 dólares. Aos 28 anos, depois de se formar em Economia e em Física na Universidade da Pensilvânia, ainda pensou num doutoramento, em Stanford, nesta última área. Mas só o fez durante dois dias.

A preferência foi pelas empresas e começou por dedicar-se à zip2, uma empresa de desenvolvimento de conteúdos para portais digitais de notícias. Vendeu-a por 307 milhões de dólares à Compaq.

Depois investiu num novo projeto gestão de pagamentos pela internet. Três anos depois vendeu a PayPal por 1,5 mil milhões de dólares. A sua fortuna crescia e os seus projetos ganhavam nova dimensão e ambição. Transportes, energia, TIC (Tecnologias de Informação e Comunicação) e exploração espacial são as áreas de negócio.

A Space X– empresa de Musk de transporte espacial que investe 5% do seu capital em missões de colonização de Marte – tem como objetivo enviar um milhão de colonos permanentes para Marte a partir de 2025 e durante quatro a dez décadas. “O futuro da humanidade passa fundamentalmente por um de dois caminhos: ou nos vamos tornar numa espécie multiplanetária e numa civilização exploradora do espaço, ou vamos ficar presos num planeta até algum acontecimento de extinção”, justificou Musk o seu plano em setembro.

Globalização Ao contrário do filme de Chaplin, em que a preocupação social vem com as condições dos trabalhadores em consequência da revolução industrial e de fenómenos nefastos para a humanidade como o estalinismo, o nacional-socialismo ou o imperialismo, os Tempos Modernos vislumbrados por Musk são de objetivos comuns a todo o globo e com a preocupação que todo o mundo aceda à tecnologia e informação.

Exemplo é o anúncio da Space X, esta semana, que pretende lançar 4425 satélites na órbita terrestre, para assegurar que o mundo inteiro tem acesso à Internet nas mesmas condições e ao mesmo preço. Hoje em dia, mais de metade da humanidade está offline.

Os transportes são outro dos negócios de Musk. A Tesla é o mais conhecido. Esta empresa de carros elétricos tem como objetivo último tornar esta tecnologia acessível à maioria das pessoas. Para este ano está previsto o anúncio de uma fábrica na Europa e Portugal é um dos locais possíveis.

Em 2013 apresentou o Hyperloop, uma tecnologia de baixa pressão com cápsulas, transportadas a grande velocidade ao longo do tubo, que permitirá viajar a quase 1200 km/h.

Para tudo isto é preciso energia e a solar é aposta de Musk. A SolarCity é a maior empresa do género nos EUA e na semana passada anunciou uma parceria com a Panasonic para o fabrico de painéis solares. Energias renováveis, transportes e informação acessível e sobrevivência da humanidade. Em 2017, estes são os Tempos Modernos.