As lágrimas de Juan Martin Del Potro comoveram por ter passado do purgatório das lesões, para o paraíso da medalha de prata olímpica e do título inédito da Argentina na Taça Davis, mas o que me impressionou foi a sua resiliência.
Nas meias-finais da Taça Davis derrotou Murray em 5h11. Na final bateu Cilic em 4h53.
No Rio jogou mais de 15 horas, superou Djokovic, Sousa, Daniel, Agut e Nadal, e só perdeu com Murray.
Os dois tenistas que mais se destacaram na conclusão da época foram heróis de resistência física e mental.
Murray venceu o Masters em Londres com mais de 11 horas em cinco encontros, em sete dias, só frente a top-tens.
O antigo nº1 mundial Mats Wilander comentou no Eurosport que no ténis atual vingam os super atletas.
Ashton Eaton, medalha de ouro do decatlo em Londres e no Rio, considerou que “o ténis é o desporto mais duro, logo depois do decatlo. Apresenta diversas exigências: encontros de três e quatro horas, com valências técnicas, agilidade, permanente estado de alerta, e questões táticas semelhantes ao xadrez”.
José Mourinho, em 2012, viu a vitória da República Checa na Taça Davis e por se falar demasiado do calendário futebolístico carregado, enviou uma mensagem ao Real Madrid que treinava: “Quando vejo o Stepanek, de 34 anos, a morrer para ganhar três encontros à melhor de cinco sets, em três dias seguidos, como é que me dizem que não possível a jogadores de 23, 24 ou 25 anos jogarem na quarta-feira e no sábado? Quando queres verdadeiramente algo, podes parecer morto mas ressuscitas”.