O PSD vai chamar ao Parlamento o ex-secretário de Estado João Wengorovius Meneses para explicar o caso da exoneração do ex-chefe de gabinete Nuno Félix.
O requerimento social democrata vai dar entrada amanhã e conta com o apoio do CDS. No entanto, a ida de João Meneses ao Parlamento terá ainda de ser votada e aprovada pelos partidos e, a acontecer, só será em Dezembro, após a discussão do Orçamento do Estado para 2017.
A decisão do PSD foi tomada depois do ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, não ter respondido a nenhuma das perguntas dos partidos da oposição sobre o caso “mail gate” durante a audição parlamentar que ainda está a decorrer.
A audição arrancou com um tom “quente” com várias trocas de acusações e insultos e o presidente da Comissão de Educação, Alexandre Quintanilha, chegou mesmo a ameaçar interromper os trabalhos caso os ânimos não acalmassem.
“Alguém está a faltar à verdade em toda esta situação. Ou o ministro ou o seu antigo secretário de Estado”, disse o deputado social democrata Amadeu Albergaria que confrontou o ministro e exigiu explicações sobre a exoneração de Nuno Félix e os problemas da secretaria de Estado da Juventude e Desporto.
“Tem hoje aqui uma oportunidade de ouro para esclarecer toda esta situação”, sublinhou ainda o deputado do PSD para quem o ministro “está condenado a sair do Ministério pela porta pequena” caso não esclareça o caso.
Também a deputada do CDS, Ana Rita Bessa, perguntou ao ministro porque “razão não mostra os mails e encerra o assunto”.
Além disso, o PSD – que foi quem chamou hoje Tiago Brandão Rodrigues ao Parlamento – questionou o ministro sobre uma notícia avançada pelo i que dava conta sobre as orientações dadas às escolas sobre a retenção "excecional" aos alunos que frequentam os 2º, 3º 5º 7º e 8º anos escolares.
Sobre este assunto o ministro disse apenas que não deu nenhuma orientação às escolas, a quem cabe tomar estas decisões através dos Conselhos de Turma.
Os partidos da esquerda que sustentam o governo – PS, BE e PCP – também evitaram estes assuntos e durante a audição questionaram apenas o ministro sobre o arranque do ano letivo.
“Há partidos interessados em casos e histórias e não na Educação. É uma falta de respeito para a comunidade educativa”, disse o deputado socialista Porfírio Silva.