O ministro Centeno não dá uma para a Caixa


A mais recente decisão das Finanças de defender que António Domingues e o resto dos administradores da Caixa estariam libertos das obrigações dos gestores de empresas detidas pelo Estado e nomeados por ele é a cereja no topo do bolo


Portugal precisa de um ministro das Finanças com boa imagem internacional e que cumpra os mínimos no Ecofin, o conselho que reúne os ministros das Finanças na Europa. Nesse capítulo, Mário Centeno cumpre o seu papel – embora a sua proverbial falta de jeito venha aqui e ali ao de cima, como aconteceu na recente entrevista à estação americana CNBC em que resolveu pôr na agenda um eventual novo resgate a Portugal apenas por ingenuidade política. 

O problema é que, na questão da Caixa Geral de Depósitos, Centeno conseguiu, ao longo deste processo, dar uma para a caixa. Desde o processo de demissão da anterior administração até à contratação de António Domingues, que por sua vez contratou – por sua conta – uma consultora para ser paga pelo Estado português enquanto ainda estava formalmente no BPI, os episódios deste verão à volta da recapitalização da Caixa Geral de Depósitos davam uma novela pouco edificante. 

O problema é que a história ainda não acabou e, aparentemente, está longe de acabar. A ideia de retirar a administração da Caixa Geral de Depósitos das obrigações salariais relativas ao estatuto de gestor público para responder aos salários praticados no mercado é, em si, uma decisão indigna que põe todos os responsáveis da coisa pública numa situação humilhante. Acresce que a Caixa Geral de Depósitos custa o bastante ao erário público para que a decisão de atribuir prémios que ainda vão dobrar o salário já dobrado de António Domingues não devesse ter sido tomada como se Centeno estivesse a gerir uma coisa privada. 

A mais recente decisão das Finanças de defender que António Domingues e o resto dos administradores da Caixa estariam libertos das obrigações dos gestores de empresas detidas pelo Estado e nomeados por ele é a cereja no topo do bolo. Era Passos Coelho que defendia a privatização da Caixa Geral de Depósitos e até desistiu. Mas parece que houve aqui, neste governo, alguém que se enganou.


O ministro Centeno não dá uma para a Caixa


A mais recente decisão das Finanças de defender que António Domingues e o resto dos administradores da Caixa estariam libertos das obrigações dos gestores de empresas detidas pelo Estado e nomeados por ele é a cereja no topo do bolo


Portugal precisa de um ministro das Finanças com boa imagem internacional e que cumpra os mínimos no Ecofin, o conselho que reúne os ministros das Finanças na Europa. Nesse capítulo, Mário Centeno cumpre o seu papel – embora a sua proverbial falta de jeito venha aqui e ali ao de cima, como aconteceu na recente entrevista à estação americana CNBC em que resolveu pôr na agenda um eventual novo resgate a Portugal apenas por ingenuidade política. 

O problema é que, na questão da Caixa Geral de Depósitos, Centeno conseguiu, ao longo deste processo, dar uma para a caixa. Desde o processo de demissão da anterior administração até à contratação de António Domingues, que por sua vez contratou – por sua conta – uma consultora para ser paga pelo Estado português enquanto ainda estava formalmente no BPI, os episódios deste verão à volta da recapitalização da Caixa Geral de Depósitos davam uma novela pouco edificante. 

O problema é que a história ainda não acabou e, aparentemente, está longe de acabar. A ideia de retirar a administração da Caixa Geral de Depósitos das obrigações salariais relativas ao estatuto de gestor público para responder aos salários praticados no mercado é, em si, uma decisão indigna que põe todos os responsáveis da coisa pública numa situação humilhante. Acresce que a Caixa Geral de Depósitos custa o bastante ao erário público para que a decisão de atribuir prémios que ainda vão dobrar o salário já dobrado de António Domingues não devesse ter sido tomada como se Centeno estivesse a gerir uma coisa privada. 

A mais recente decisão das Finanças de defender que António Domingues e o resto dos administradores da Caixa estariam libertos das obrigações dos gestores de empresas detidas pelo Estado e nomeados por ele é a cereja no topo do bolo. Era Passos Coelho que defendia a privatização da Caixa Geral de Depósitos e até desistiu. Mas parece que houve aqui, neste governo, alguém que se enganou.