O colapso de Lisboa


O estado da cidade é de autêntica calamidade pública, tudo por vontade de um presidente da câmara que provavelmente aspira a ser comparado ao Marquês de Pombal


Lisboa é uma cidade lindíssima, com as suas sete colinas, os seus bairros típicos, o vastíssimo Tejo com as maiores pontes da Europa e a sua extraordinária luz, que todos os dias deslumbra os residentes e os visitantes. Não é por isso de estranhar que Lisboa seja neste momento procurada por inúmeros turistas, vindos de todas as partes do mundo. Neste momento, no entanto, o estado da cidade é de autêntica calamidade pública, tudo por vontade de um presidente da câmara que provavelmente aspira a ser comparado ao Marquês de Pombal. A diferença é que, enquanto o Marquês de Pombal reconstruiu a cidade depois de a mesma ter sido objeto do terramoto de 1755, Fernando Medina promete a reconstrução de Lisboa para as vésperas das eleições autárquicas mas, neste momento, o que está de facto a fazer é um novo terramoto na cidade.

Uma cidade é como um corpo vivo, necessitando de circulação para poder respirar. No entanto, neste momento, Lisboa sofre de uma absoluta má circulação, com estrangulamentos em todos os seus principais vasos sanguíneos que ameaçam fazer colapsar o coração da cidade. Tudo isto é devido às inúteis obras que todos os dias tornam infernal a vida dos lisboetas. Hoje, quem reside em Lisboa não consegue deslocar-se com facilidade ao trabalho, não tem possibilidade de ir a restaurantes ou a espetáculos, passando horas e horas no trânsito infernal provocado pelas inúmeras obras destinadas a destruir a mobilidade na cidade – isto quando os transportes públicos deixaram de ser alternativa, uma vez que o seu funcionamento piorou consideravelmente.

Fernando Medina não foi eleito presidente da Câmara de Lisboa, tendo chegado ao cargo em consequência da quebra do compromisso de António Costa com esta cidade. Talvez por isso não se preocupe minimamente com a vida dos habitantes de Lisboa, cujo bem-estar deveria ser a sua principal prioridade. É, por isso, mais do que altura de Fernando Medina se ir embora. E já vai tarde.