Não estraguem a galinha dos ovos de ouro


Para marcarmos a diferença em relação a Espanha, no que à agricultura diz respeito, será bom que não entremos na mesma filosofia deles: produzir em barda.


Parece óbvio para todos que os atentados terroristas, bem como os atos tresloucados de figuras isoladas, que aconteceram em França, Bélgica e Alemanha – assim como a instabilidade de nações como a Turquia, Tunísia e Egito – têm beneficiado e muito o turismo da Península Ibérica. A segurança é hoje em dia uma das principais preocupações dos veraneantes e, por isso, Portugal é um destino de eleição. À inexistência de atentados juntam-se os baixos índices de criminalidade. E é nesta fase de euforia do turismo que convém olhar com muita atenção para o fenómeno, não vá estragar-se a galinha dos ovos de ouro. Em primeiro lugar, é preciso não descaracterizar as principais cidades do país: os turistas procuram-nos por gostarem da vida portuguesa, da arquitetura, do clima, da hospitalidade, gastronomia, etc. Não fará muito sentido que em Lisboa ou no Porto só encontrem lojas com produtos “made in China”, mesmo que sejam réplicas de símbolos portugueses. As duas principais cidades devem “reservar” um número considerável para lojas verdadeiramente nacionais e que façam a diferença em relação às lojas de 3 euros. Há espaço para todos mas não se deve descaracterizar a riqueza nacional.

Para marcarmos a diferença em relação a Espanha, no que à agricultura diz respeito, será bom que não entremos na mesma filosofia deles: produzir em barda. Ainda esta semana me contavam como uma herdade alentejana que produzia uma tonelada de melões desde que passou para os espanhóis passou a produzir 10 toneladas. Os fertilizantes são tantos que os trabalhadores têm de andar de máscara para não ficarem doentes. Sendo a gastronomia um dos principais trunfos de Portugal, só devemos fazer a diferença pela qualidade e nunca pela quantidade.

Mas é quando se está em cima, e no turismo estamos, que devemos pensar seriamente em não repetir as aberrações dos anos 80 quando  os patos bravos iam destruindo o Algarve. Felizmente não tiveram tempo para isso.

 

 


Não estraguem a galinha dos ovos de ouro


Para marcarmos a diferença em relação a Espanha, no que à agricultura diz respeito, será bom que não entremos na mesma filosofia deles: produzir em barda.


Parece óbvio para todos que os atentados terroristas, bem como os atos tresloucados de figuras isoladas, que aconteceram em França, Bélgica e Alemanha – assim como a instabilidade de nações como a Turquia, Tunísia e Egito – têm beneficiado e muito o turismo da Península Ibérica. A segurança é hoje em dia uma das principais preocupações dos veraneantes e, por isso, Portugal é um destino de eleição. À inexistência de atentados juntam-se os baixos índices de criminalidade. E é nesta fase de euforia do turismo que convém olhar com muita atenção para o fenómeno, não vá estragar-se a galinha dos ovos de ouro. Em primeiro lugar, é preciso não descaracterizar as principais cidades do país: os turistas procuram-nos por gostarem da vida portuguesa, da arquitetura, do clima, da hospitalidade, gastronomia, etc. Não fará muito sentido que em Lisboa ou no Porto só encontrem lojas com produtos “made in China”, mesmo que sejam réplicas de símbolos portugueses. As duas principais cidades devem “reservar” um número considerável para lojas verdadeiramente nacionais e que façam a diferença em relação às lojas de 3 euros. Há espaço para todos mas não se deve descaracterizar a riqueza nacional.

Para marcarmos a diferença em relação a Espanha, no que à agricultura diz respeito, será bom que não entremos na mesma filosofia deles: produzir em barda. Ainda esta semana me contavam como uma herdade alentejana que produzia uma tonelada de melões desde que passou para os espanhóis passou a produzir 10 toneladas. Os fertilizantes são tantos que os trabalhadores têm de andar de máscara para não ficarem doentes. Sendo a gastronomia um dos principais trunfos de Portugal, só devemos fazer a diferença pela qualidade e nunca pela quantidade.

Mas é quando se está em cima, e no turismo estamos, que devemos pensar seriamente em não repetir as aberrações dos anos 80 quando  os patos bravos iam destruindo o Algarve. Felizmente não tiveram tempo para isso.