Depois de se ter demitido de diretor de campanha do PS há precisamente um ano, Ascenso Simões passou este tempo todo em silêncio. Esta é a primeira entrevista que dá depois daquilo que não define como “trauma”: a saída da direção de campanha. Afinal, a culpa não foi dos cartazes, ou só. Deputado, transmontano, Ascenso é católico e da ala mais à direita do PS. Defende que Costa deve convidar o Bloco de Esquerda e o PCP para irem para o governo. Quando a festa acabar, Costa deverá regressar ao parlamento europeu, cujo mandato interrompeu. Não acredita que Guterres ganhe a corrida às Nações Unidas. E acha que o futuro do PS passa pelas novas gerações: sendo um homem da ala direita, está muito entusiasmado com Pedro Nuno Santos, que acha que devia ser promovido a ministro.
O que é que tem um transmontano que é diferente dos outros?
O sentido da lealdade e o sofrimento pela deslealdade. É um sofrimento que normalmente fica para si e nunca é cobrado junto de ninguém.
Sentiu isso muitas vezes na política?
Senti isso algumas vezes, mas acho que a personalidade que mais sentiu isso foi o dr. Adriano Moreira e isso não transparece nos seus 90 e muitos anos. Nós fomos forjados na dificuldade. Quando eu era novo passar o Marão era o grande objetivo. Era ir estudar para o Porto, vencer essa barreira. Quando eu vim para Lisboa para as coisas políticas e formação de natureza pessoal vi que o mundo era muito mais que ultrapassar o Marão. Mas ficamos sempre com o Marão nas nossas cabeças. O Marão é aquilo que nos identifica com a capacidade de resistência perante as adversidades. E o Douro é o que nos diz que conseguimos chegar lá se conseguirmos com muito esforço, muito sangue, muito trabalho, mudar o mundo. As novas gerações já têm outra visão do mundo. Mas uma das coisas que eu faço com a minha filha é que ela tenha na sua formação os valores da lealdade e do mérito. E por isso é que optámos por uma educação para ela, com o acordo dela, que é uma educação que muita gente considerará rígida.
A sua filha anda no colégio militar…
Originalmente a opção era pelo instituto de Odivelas. Com a extinção do Instituto de Odivelas ela veio para o Colégio Militar e nós estamos muito agradados com a dimensão simbólica do Colégio Militar. Há total liberdade e não há discriminação de qualquer espécie.
Não há discriminação de alunos homossexuais?
Não há discriminação nenhuma que não seja igual a qualquer outra escola. A relação entre dois alunos existe no colégio militar como na escola secundária da Amadora. É a vida normal. Organicamente não há nenhuma discriminação no Colégio Militar, antes pelo contrário. Há uma grande capacidade de integração e de defesa dos valores da pátria, da nação, da bandeira.
É católico. Que importância tem o catolicismo na sua vida?
Tem uma importância fundadora. É por isso que eu gostava mais do papa Bento XVI do que gosto do papa Francisco.
Deve ser dos poucos socialistas a dizer isso…
O papa Francisco é um papa sem estrutura teológica clara. A bonomia não é suficiente para uma igreja com 2000 anos. O papado do papa Francisco é muito temporal, da reação ao momento. Não há um fundamento teológico para esta mudança na igreja. Quando as instituições funcionam com base na identificação com uma persona, o passo seguinte será haver ainda mais identificação pessoal e menos teológica.
Está-me a dizer que o papa Francisco está a enfraquecer a Igreja Católica?
Estou a dizer que está a encontrar para a Igreja Católica um papel latino-americano que em muitas circunstâncias não tem fundamento teológico. A Igreja Católica é o que há de mais estruturante nas nossas culturas dos últimos 2000 anos e não podemos aliviá-la dessa responsabilidade. O que o papa Francisco está a fazer é uma reação ao momento tendo em conta aquilo que os media determinam. Fazem uma pergunta e ele responde de forma inopinada.
É um conservador, Ascenso.
Não, não sou um conservador. Sou um progressista tendo em conta a necessidade de se fundamentar a evolução. O conservador é aquele que tem uma leitura muito cristalizada das circunstâncias. Eu quero ter uma leitura progressista, mas fundada. É por isso que a minha separação entre as questões da vida e da felicidade é muito clara. As questões que têm a ver com a defesa da vida, da recusa da eutanásia…
Sempre foi opositor à despenalização do aborto…
Sim. Mas para mim as questões de defesa da vida não têm nada a ver com as questões da felicidade. Aí eu divirjo da Igreja: as pessoas devem reunir-se de acordo com as suas próprias circunstâncias. A realidade das novas famílias é para mim completamente assumida, para a Igreja Católica não.
Defende o casamento gay…
Defendo a organização social que leve à felicidade de cada pessoa. Se entendem ser duas pessoas do mesmo sexo a organizarem-se, não há nenhum fundamento filosófico para que possa ser impedido.
Diga-me lá: já ultrapassou o trauma dos cartazes?
Não tive trauma.
Mas era diretor de campanha do PS…
O que aconteceu foram duas circunstâncias somadas. A primeira, uma disfuncionalidade da estrutura orgânica e a segunda uma leitura do sentido da campanha.
Explique isso melhor…
Havia duas leituras sobre a campanha: uma mais radicalizada e outra mais moderada. Isso verificava-se todos os dias. A história dos cartazes foi uma questão de natureza funcional que resultou dessa leitura.
O que me está a dizer é que sendo diretor não estava a concordar com o tom da campanha do PS?
Os partidos têm graves problemas de articulação quando se trata de determinar a orientação. A minha escolha para diretor de campanha era uma escolha de risco. Eu não sou propriamente a pessoa mais fácil de trabalhar com as pessoas radicalmente mais à esquerda no PS. Apesar de se poder achar que eu poderia estar à altura do ponto de vista da capacidade de mobilização, da gestão de projetos, da construção de uma campanha… e acho que sim… havia também outras circunstâncias que não estavam a resultar. É a primeira vez que falo sobre isto, durante este ano nunca falei, não dei entrevistas.
Mas quem é que escolheu o cartaz?
Eu assumo para mim todas as responsabilidades. Se eu era diretor de campanha a responsabilidade era minha.
Ascenso Simões não foi um grande entusiasta desta geringonça.
Não fui e continuo com as minhas reservas. As reservas que eu tinha no momento fundador desta solução governativa continuam a existir. Aquilo que determinou o meu voto a favor desta solução governativa foram duas razões muito simples: a primeira foi não ter uma resposta para uma pergunta sistematicamente colocada que é a seguinte: “Entre esta solução e um governo do PSD, qual é a resposta?”. Da minha parte, a resposta nunca seria a defesa de um governo do PSD liderado por Passos Coelho. Portanto, a solução passaria por um governo do Partido Socialista apoiado pela esquerda e essa foi a minha primeira opção.
Mas há também uma razão de natureza pessoal. Para mim António Costa é um elemento de referência que me leva a acreditar que seria um primeiro-ministro à altura do tempo que vivemos. As minhas resistências pessoais e as minhas opções de natureza ideológica ficaram em segundo plano quando foi necessário responder à pergunta “entre Passos Coelho e António Costa qual será o melhor primeiro-ministro?”. O tempo resolve a questão da legitimidade original. Neste momento ninguém contesta a legitimidade original do governo.
Então vamos fazer o balanço das coisas boas e das coisas más.
Há uma primeira constatação. Apesar das pré-determinações de que não seria bem sucedido, o governo tem funcionado. Introduziu uma acalmia institucional, tem tido uma boa leitura das responsabilidades do Presidente da República, é um governo que encontrou na sua relação com os tribunais uma certa distensão…Agora, o governo tem um problema como todos os governos da Europa. Está muito limitado nas decisões que toma pelas decisões europeias. Vivemos num tempo em que os Estados que integram a União Europeia são estados que têm menos competências e poderes e menos capacidade de intervenção do que qualquer um dos estados que integram os Estados Unidos da América. O que é uma situação extraordinária! Não sendo uma federação, a União tem uma eurocracia que limita muito a ação dos Estados e a decisão política interna e as obrigações que tem para com o seu povo. A União Europeia está a criar um problema entre as estruturas centrais e os diversos povos que têm sido mais sujeitos à intervenção das instituições europeias. O governo tem estado muito limitado pela ação dessas instituições. E também tem sido muito limitado porque o país tarda a crescer, temos ainda um crescimento muito incipiente e por essa via não temos ainda uma redução significativa do desemprego.
Os últimos números não são preocupantes?
Precisamos de avaliar a gestão deste governo quando estivermos a preparar o orçamento do próximo ano. É nessa altura que temos condições para perceber se os nossos compromissos com a União Europeia são ou não são cumpridos e se o país respondeu positivamente a esta nova realidade de aumento dos rendimentos que passaria por um aumento do consumo. Até agora, isso tarda a aparecer. Temos um investimento privado muito incipiente e um investimento público quase parado. Temos problemas que implicam diretamente no crescimento. O crescimento do PIB é muito reduzido comparado com aquilo que estava estimado. Por essa via, não podemos manter a perspetiva de défice de 2,2% para este ano. O grande objetivo do governo deve ser manter-se abaixo dos 3%. Ou seja: eliminar o procedimento de Défice excessivo e Portugal comprometer-se nos próximos anos a conter a despesa pública e fazer os movimentos internos para haver mais investimento e mais emprego. São condições essenciais.
Se não servir para diminuir o desemprego para que é que a geringonça serviu?
Se não servir para aumentar o investimento e reduzir o desemprego e aumentar os rendimentos, conclui-se que o modelo que foi seguido não é um modelo diferente do que foi seguido antes. Continuaremos a ter uma austeridade que nos prolonga este estado de anemia em que vivemos. Há, contudo, uma vantagem: o aliviar dos rendimentos das famílias permite com certeza um outro entendimento, uma outra esperança, uma outra perpetiva relativamente ao futuro. É sempre melhor entregar um euro do que tirar um euro. A questão simbólica é muito relevante.
Na sequência da questão dos juízes do Tribunal constitucional o PCP quase que assumiu uma rutura. Chegou a dizer que não havia “maioria de esquerda”. A expressão é dura.
Sim, mas nenhuma das posições assumidas até hoje pelo Bloco de Esquerda e pelo PCP são da natureza e dimensão das assumidas pelo dr. Paulo Portas até à sua demissão “irrevogável”. Nos primeiros dois anos de governo da anterior maioria tivemos muita instabilidade dentro do governo. Temos que ter com os partidos à esquerda uma atenção permanente para que não possa haver nenhuma razão de queixa, mas nenhum dos arrufos é semelhante a qualquer arrufo do dr. Paulo Portas nos primeiros dois anos do anterior governo.
Estava à espera de pior?
Os partidos à esquerda têm todos uma responsabilidade para que isto dê certo. Naturalmente, não será por parte do PCP que poderemos esperar facilidades. É evidente que também o Bloco de Esquerda quer ter ganhos de causa com a ação governativa, mas não quer ficar na dependência do Partido Socialista. E à medida que as eleições legislativas se aproximarem o Bloco de Esquerda vai ter cada vez mais bandeiras para se separar do governo e do Partido Socialista.
A questão do Tribunal Constitucional foi mal gerida pelo PS?
Sei que esta atitude de ciúme entre o PCP e o Bloco obriga a ter linhas de comunicação permanentes com os dois. O trabalho que o líder parlamentar tem feito é um trabalho muito difícil de fazer.
Isto é uma coligação que não é uma coligação? Não corre o risco de começar a partir depois das autárquicas?
Os acordos que levaram a esta solução governativa estão praticamente cumpridos. No próximo ano os partidos têm que se entender, porque há eleições autárquicas. Nenhum partido pode autorizar a cessação deste governo que seria entendido como uma capitulação junto da Europa. Não me parece que os partidos à esquerda do PS estejam em situação de negar uma aprovação do orçamento de Estado para 2017. Mas acho que o Partido Socialista e o dr. António Costa vão ter que obrigatoriamente, a seguir às eleições autárquicas, convidar os dois partidos para integrarem o governo.
Mas porquê?
É a reafirmação de um vínculo que permitirá que o governo possa terminar os dois anos restantes. As facilidades com a União Europeia não vão existir. Vamos continuar a ter uma pressão imensa e os partidos dentro do governo têm mais capacidade para ajudar a resolver essas divergências com a União Europeia e encontrar também soluções de maior flexibilidade para o país.
É um convite que será recusado…
Não sei se será liminarmente recusado. O PCP tem dito que não quer lugares de Estado, mas se o Bloco de Esquerda aceitar participar no governo – e há muitos no Bloco de Esquerda que gostariam muito de meter a mão na massa da governação – o PCP fica numa situação difícil. Se se criasse um governo do PS com o Bloco de Esquerda, o PCP ficaria encostado às cordas. E teria que avaliar muito bem.
Na sua opinião, o Bloco de Esquerda estaria mais disponível para integrar o governo PS?
O Bloco de Esquerda tem novas gerações que anseiam participar ativamente na construção do país. Algumas ainda estão impreparadas para ter funções de governação. Mas há muita gente no que não deixaria de ter uma posição favorável a que o BE participasse ativamente em algumas áreas.
Diga-me quem.
Eu via o José Manuel Pureza num governo do PS ou num governo de coligação. Tem um perfil de moderação, de compatibilização, um perfil de integração numa visão próxima da social-democracia. O primeiro passo para essa nova circunstância foi dado com a integração de Francisco Louçã no Conselho de Estado. O Bloco de Esquerda, depois de ter viabilizado o governo PS, iniciou um processo de integração nos órgãos do Estado. Isso abre a possibilidade das pessoas relevantes no Bloco de Esquerda poderem ponderar outros tempos de participação política. Mas também temos hoje pessoas do PS ou na orla do PS que são próximas do Bloco. Nós hoje temos um novo universo de dirigentes que são próximos do governo do PS, mas que são mais próximos do BE do que do próprio PS…
Estamos a falar de dirigentes socialistas?
Não nego que o Tiago Barbosa Ribeiro [deputado] tem uma leitura do país e do funcionamento partidário mais próxima do Bloco…
E o Pedro Nuno Santos e o João Galamba?
A realidade governativa faz com que tenhamos novas circunstâncias e que possamos encontrar entre as nossas convicções e aquilo que pedem de nós um compromisso. Todos fazemos esse progresso. O Pedro Nuno Santos é hoje uma figura relevantíssima. Acho até que o dr. António Costa não tardará a promovê-lo a uma função ministerial.
É hoje uma peça determinante para o sucesso da governação. Faz sentido que possa ter uma ascensão.
Pedro Nuno já merece ser ministro?
Ele verdadeiramente já é ministro. Trata-se pura e simplesmente de adequar a cadeira à realidade. Saber se é melhor que se mantenha como ministro dos Assuntos Parlamentares ou se há condições para ele poder ter uma pasta que lhe permita mostrar uma capacidade que ele tem de gerir dossiês de grande dimensão na área da economia, na área do ambiente…
Ministro da Economia?
Não estou a falar especificamente de nenhuma área. Estou a falar em gerir dossiês. O que importa é que ele tenha nos próximos tempos a capacidade de colocar ao serviço do país a sua criatividade, a sua capacidade de coordenação, a sua motivação, para poder também ajudar o país e o partido.
Politicamente, Pedro Nuno Santos está nos seus antípodas…
Com Pedro Nuno Santos eu tenho sempre o mesmo comportamento. Nunca o elogio presencialmente, mas tenho com ele uma relação de grande respeito pessoal.
Mas Ascenso está na ala direita do PS e Pedro Nuno na ala esquerda…
Sim, mas o Partido Socialista foi sempre assim. Todos cabem. E é preciso não esquecer que as relações pessoais são por vezes mais fortes do que as visões do mundo. É mais fácil estar numa discussão com Pedro Nuno Santos do que com pessoas que têm uma visão mais parecida com a minha. É muito vantajoso para o PS ter pessoas com leituras diferentes do mundo.
Pedro Nuno Santos pode vir a ser um dia candidato a secretário-geral do PS. Nunca negou essa vontade no futuro pós-Costa.
Convém que tenhamos a perspetiva de que no médio prazo estamos todos mortos. Cada tempo no seu tempo. Mas o PS tem hoje a enorme vantagem de ter alguns quadros que podem perfeitamente liderar o partido. O PCP já tinha feito essa renovação, o Bloco também fez essa transição geracional, o CDS já a fez também. O PSD é que não tem uma pessoa de que se possa dizer “este pode substituir com vantagem Pedro Passos Coelho”. O Partido Socialista tem na nova geração, a dos 40 anos, muitas pessoas que podem perfeitamente garantir que o PS pode continuar a ser o grande partido estruturante da democracia. O Fernando Medina, o Pedro Marques, o Marcos Perestrello, a Ana Catarina Mendes… são todos figuras relevantes na casa dos 40 que têm uma capacidade de poder mobilizar o Partido Socialista para as novas batalhas. O PS também irá fazer essa renovação geracional. A minha geração, a das pessoas com mais de 50 anos, já não irá disputar o poder. Mas atenção: dentro do PS há dois partidos que precisam de ser unificados: um partido nacional, mais de pensamento, de intervenção na capital e um partido mais territorial. Estes dois partidos têm que existir.
Há dois PS portanto?
Há dois PS que necessariamente têm que ser juntos. O que aconteceu durante esses 20 anos em que durante 15 estivemos no poder porque houve uma unificação entre estes dois partidos. Se estes dois partidos se separarem podemos rapidamente deixar de ser um partido com capacidade de nos próximos anos nos mantermos no universo do poder. Neste momento há o risco desses dois partidos progressivamente se separarem.
Isso quer dizer que o PS está a ser gerido por uma elite lisboeta?
Por exemplo: o PS precisa de saber que a condecoração que o governo francês atribuiu ao Tony Carreira e um elemento central do simbolismo público. Esta leitura precisa de estar na cabeça dos dirigentes políticos.
E não está?
Em muitos dirigentes políticos ainda não está. O Congresso do PS não teve a intervenção de nenhum ministro, para além de António Costa e Pedro Nuno Santos. É como se existisse um governo para além do partido. O governo assume-se como um ente fora do Partido Socialista, que é suportado por três ou quatro pernas. A do PS é a mais importante, mas não deixa de ser só uma perna. E isso não pode acontecer. O governo é do PS, não é um governo de coligação. Os dirigentes do PS que são membros do governo têm obrigações junto do partido.
Como vê o futuro de António Costa depois de sair do governo?
Acho que será candidato ao Parlamento Europeu. Foi uma fase que não chegou a cumprir. Vamos ver quanto tempo o governo dura. Mas António Costa ainda é novo e deverá continuar a carreira política. Ser deputado ao Parlamento Europeu é um cargo desafiante que António Costa interrompeu a meio.
António Guterres vai conseguir ser eleito secretário-geral das Nações Unidas?
Não. Há várias razões geoestratégicas que o vão impedir. não vai conseguir. Pode não ser mau, António Guterres faz falta ao PS e ao país.
E virá para presidente da Gulbenkian?
Virá trabalhar para o país.