O direito de António Simões dizer o que pensa


Alguns cérebros mais elaborados questionavam mesmo a legitimidade da publicação da entrevista.


Definitivamente, Portugal não tem uma grande cultura democrática. A rapaziada cá do burgo gosta é de carneiradas e tudo o que foge ao rebanho fica debaixo de fogo. Quando o alvo é consensual, então nem se fala. Ai de quem se atreva a ir contra a corrente. Ontem, o i entrevistou uma das glórias da magnífica seleção de 1966 que alcançou o terceiro lugar no Mundial de Inglaterra e António Simões fez uma comparação entre o seu tempo e o de hoje.

É um homem que tem mundo, fala bem e, mais importante do que isso, pensa pela sua cabeça. O antigo craque, referindo-se ao comportamento de Cristiano Ronaldo nos momentos finais da final, em que as ordens do capitão português quase se sobrepunham às do treinador, disse que não conseguia compreender essa excitação e que, no seu tempo, seria impensável alguém ter semelhante atitude.

Disse também que nenhum grande jogador – Pelé, Eusébio e Maradona, por exemplo – jamais se atreveria a fazer de treinador enquanto o jogo decorria. O antigo jogador disse ainda que não acha que Cristiano seja um líder nato.
Pode concordar-se ou não com a opinião de António Simões, mas daí aos ataques que lhe fizeram nas redes sociais vai uma grande distância.

Alguns cérebros mais elaborados questionavam mesmo a legitimidade da publicação da entrevista. Calculo que desejem uma imprensa de pensamento único em que a verdade absoluta é escrutinada no Facebook e afins, e depois publicada em forma de papel. 

Portugal precisa de pessoas que pensem pela sua cabeça e que não tenham medo de ir contra a carneirada. Esses é que acrescentam pouco aos assuntos que estão a ser discutidos. Se já admirava António Simões, ainda mais fiquei a admirar. E não foi só sobre Cristiano Ronaldo que o pequeno grande jogador falou.

Também dissertou sobre a fama espontânea e deu exemplos do que as pessoas querem ver na televisão.

Ah! Nem concordo com a posição defendida por Simões, mas respeito-a e fez-me pensar.


O direito de António Simões dizer o que pensa


Alguns cérebros mais elaborados questionavam mesmo a legitimidade da publicação da entrevista.


Definitivamente, Portugal não tem uma grande cultura democrática. A rapaziada cá do burgo gosta é de carneiradas e tudo o que foge ao rebanho fica debaixo de fogo. Quando o alvo é consensual, então nem se fala. Ai de quem se atreva a ir contra a corrente. Ontem, o i entrevistou uma das glórias da magnífica seleção de 1966 que alcançou o terceiro lugar no Mundial de Inglaterra e António Simões fez uma comparação entre o seu tempo e o de hoje.

É um homem que tem mundo, fala bem e, mais importante do que isso, pensa pela sua cabeça. O antigo craque, referindo-se ao comportamento de Cristiano Ronaldo nos momentos finais da final, em que as ordens do capitão português quase se sobrepunham às do treinador, disse que não conseguia compreender essa excitação e que, no seu tempo, seria impensável alguém ter semelhante atitude.

Disse também que nenhum grande jogador – Pelé, Eusébio e Maradona, por exemplo – jamais se atreveria a fazer de treinador enquanto o jogo decorria. O antigo jogador disse ainda que não acha que Cristiano seja um líder nato.
Pode concordar-se ou não com a opinião de António Simões, mas daí aos ataques que lhe fizeram nas redes sociais vai uma grande distância.

Alguns cérebros mais elaborados questionavam mesmo a legitimidade da publicação da entrevista. Calculo que desejem uma imprensa de pensamento único em que a verdade absoluta é escrutinada no Facebook e afins, e depois publicada em forma de papel. 

Portugal precisa de pessoas que pensem pela sua cabeça e que não tenham medo de ir contra a carneirada. Esses é que acrescentam pouco aos assuntos que estão a ser discutidos. Se já admirava António Simões, ainda mais fiquei a admirar. E não foi só sobre Cristiano Ronaldo que o pequeno grande jogador falou.

Também dissertou sobre a fama espontânea e deu exemplos do que as pessoas querem ver na televisão.

Ah! Nem concordo com a posição defendida por Simões, mas respeito-a e fez-me pensar.