Brexit. Os velhos e os pobres só dão maçadas


É verdade que a esquerda não sabe como lidar com a Europa, porque tem vergonha de ser associada à extrema–direita. É um problema de que tem de se libertar, sob pena de deixar o campo do eurocriticismo aos Farages do continente


1. Até António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa admitiram que o Brexit poderia ser uma oportunidade para repensar a Europa caduca. A avaliar pelas primeiras reações, não vai ser: o sentimento de vingança cresce em Bruxelas contra o povo que decidiu dizer não. Já tinha acontecido o mesmo com os gregos. Nada de novo no império que substituiu o soviético. A Europa é muito mais estalinista do que gosta de imaginar. A reunião dos fundadores é um exemplo de que, provavelmente, as coisas não mudam e não vão mudar nunca.

2. É evidente que a campanha pelo abandono da União Europeia foi protagonizada pelo ódio racista, de que Nigel Farage, do UKIP, é um expoente. Mas não devemos iludir-nos com os resultados: na City, o principal expoente pró-Europa, o “leave” teve 25%. Achar que a maioria dos britânicos é igual a Farage é engolir mais um fantástico mito daqueles que a Europa adora.

3. É verdade que a esquerda não sabe como lidar com a Europa, porque tem vergonha de ser associada à extrema–direita. É um problema de que tem de se libertar, sob pena de deixar o campo do eurocriticismo aos Farages do continente. O “mainstream”, para quem está tudo bem nos reinos de Bruxelas e Estrasburgo, tem de passar a ser enfrentado a sério. Foi este o problema de Corbyn – acabou na campanha do “remain” sem grandes argumentos, arrastando-se penosamente. Hoje, dentro do seu partido, aparece como culpado pelo Brexit. Em nome da unidade do Labour, Corbyn escondeu o que pensava. Não fez um grande serviço ao futuro dos trabalhistas.

4. O europeísmo acéfalo é um grande demónio à solta na Europa. É ele que promove a ascensão da extrema-direita, pactua com ditadores como Viktor Órban e instaura a sua própria ditadura financeira, que anda a rebentar com países. Quando os europeístas acéfalos perceberem que são os culpados da autodestruição, é capaz de ser tarde.

5. Dizem que a culpa é dos velhos. E dos pobres. Sempre foi um mistério, a vida dos pobrezinhos.


Brexit. Os velhos e os pobres só dão maçadas


É verdade que a esquerda não sabe como lidar com a Europa, porque tem vergonha de ser associada à extrema--direita. É um problema de que tem de se libertar, sob pena de deixar o campo do eurocriticismo aos Farages do continente


1. Até António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa admitiram que o Brexit poderia ser uma oportunidade para repensar a Europa caduca. A avaliar pelas primeiras reações, não vai ser: o sentimento de vingança cresce em Bruxelas contra o povo que decidiu dizer não. Já tinha acontecido o mesmo com os gregos. Nada de novo no império que substituiu o soviético. A Europa é muito mais estalinista do que gosta de imaginar. A reunião dos fundadores é um exemplo de que, provavelmente, as coisas não mudam e não vão mudar nunca.

2. É evidente que a campanha pelo abandono da União Europeia foi protagonizada pelo ódio racista, de que Nigel Farage, do UKIP, é um expoente. Mas não devemos iludir-nos com os resultados: na City, o principal expoente pró-Europa, o “leave” teve 25%. Achar que a maioria dos britânicos é igual a Farage é engolir mais um fantástico mito daqueles que a Europa adora.

3. É verdade que a esquerda não sabe como lidar com a Europa, porque tem vergonha de ser associada à extrema–direita. É um problema de que tem de se libertar, sob pena de deixar o campo do eurocriticismo aos Farages do continente. O “mainstream”, para quem está tudo bem nos reinos de Bruxelas e Estrasburgo, tem de passar a ser enfrentado a sério. Foi este o problema de Corbyn – acabou na campanha do “remain” sem grandes argumentos, arrastando-se penosamente. Hoje, dentro do seu partido, aparece como culpado pelo Brexit. Em nome da unidade do Labour, Corbyn escondeu o que pensava. Não fez um grande serviço ao futuro dos trabalhistas.

4. O europeísmo acéfalo é um grande demónio à solta na Europa. É ele que promove a ascensão da extrema-direita, pactua com ditadores como Viktor Órban e instaura a sua própria ditadura financeira, que anda a rebentar com países. Quando os europeístas acéfalos perceberem que são os culpados da autodestruição, é capaz de ser tarde.

5. Dizem que a culpa é dos velhos. E dos pobres. Sempre foi um mistério, a vida dos pobrezinhos.