O tempo médio de venda e arrendamento aumentou, situando-se nos 9,9 e 4,2 meses, respetivamente, em abril. Estes tempos são superiores ao mês anterior: 8,2 meses e 3,7 meses. A conclusão é de um estudo realizado pelo Imovirtual Market Index (IMI), que diz que “é o pior mês desde o início do ano e que o otimismo dos agentes imobiliários diminuiu”.
As razões para esta quebra são simples: instabilidade no mercado de trabalho (51%), desadequação do produto imobiliário existente em relação à procura (50%) e diminuição do poder de compra (29%).
Ainda assim, há vários mediadores que reconhecem um aumento das visitas realizadas por potenciais interessados (40%) e 51% garantem que conseguiram manter os negócios concretizados. Mas nem todos são da mesma opinião: 24% dos agentes imobiliários dizem que assistiram a uma diminuição da atividade.
Já em relação aos preços, 48% dos agentes imobiliários acreditam que se irão manter a curto prazo, enquanto 47% anteveem um aumento. Em relação ao dinamismo da atividade, 68% dos mediadores esperam uma melhoria do negócio e 5% acreditam na deterioração das condições em que o mercado imobiliário opera uma opinião que, de acordo com o estudo, revela que “o pessimismo aumentou em abril”.
Investidores estrangeiros Apesar deste cenário pouco animador, a verdade é que os investidores estrangeiros continuam interessados em realizar negócios em Portugal. De acordo com os últimos dados da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), o investimento estrangeiro terá representado 20% das transações efetuadas nos primeiros três meses do ano. No entanto, este valor representa um decréscimo de 3% face a 2014.
Para o presidente da associação, esta quebra justifica-se “não pela diminuição do investimento estrangeiro em Portugal, mas sim pela retoma e aumento da representatividade do mercado interno, que tem cada vez mais relevância para o imobiliário português”.
Os franceses superaram pela primeira vez os ingleses e os chineses na compra de imobiliário em Portugal neste primeiro trimestre, o que vem, no entender da associação, “consolidar a tendência de crescimento que já se verificava desde o ano passado”.
Zonas com maior procura Lisboa, Porto e a região do Algarve continuam a ser as zonas mais procuradas pelos investidores que procuram o imobiliário luso. No entanto, essa aposta varia consoante a nacionalidade. “O investimento dos ingleses continua muito concentrado na região algarvia e o dos chineses na região de Lisboa. Já o investimento francês tem uma distribuição territorial mais heterogénea, ainda que se concentre sobretudo em Lisboa, no Porto e no Algarve”, refere Luís Lima.
Mas há países que começam a aumentar a sua representatividade, como é o caso da Bélgica e da Suécia, “países contíguos a França que terão sido influenciados positivamente pelo crescente investimento que os franceses têm vindo a fazer em Portugal. O investimento estrangeiro tem sido fabuloso e é fruto de um trabalho exemplar que o setor imobiliário tem levado a cabo na divulgação do país”, conclui o responsável.