No reino da bicharada


António Costa e as vacas voadoras, Jerónimo de Sousa e os dinossauros, as engraçadinhas do Bloco e as tartarugas-ninja andam a transformar este pobre país numa república soviética, com comissários nas empresas privadas e nas escolas públicas. Por cima deles anda um Presidente muito contente com o irritante primeiro-ministro


Vamos por partes. A geringonça não para de surpreender os portugueses. O que não deixa de ser um elogio num país normalmente muito cinzento, triste e sem graça nenhuma. António Costa, que aparece normalmente a rir, faça sol ou faça chuva, teve um grande momento no final da apresentação do Simplex. Sacou de uma vaca, deu–lhe corda e o animal voou. A história contada pelo próprio é bem engraçada: “Quando estava quase conformado, um dia, no aeroporto de Londres, ao passar por uma loja encontrei um objeto que adquiri, que mantive cuidadosamente ao longo destes dez anos e que vou hoje oferecer à senhora ministra da Presidência. Demonstra que mesmo aquilo que é mais improvável, como seja as vacas voarem, também pode não ser verdade. Até as vacas podem voar.” Dito isto, é natural que Jerónimo de Sousa não se fique e apareça um destes dias com uns dinossauros voadores, comprados há muitos anos numa loja do aeroporto de Moscovo. Sempre atenta ao que se passa à volta e preparada para tudo e mais alguma coisa, até para intervir numa cena entre namorados no Jardim da Estrela, a engraçadinha Catarina Martins vai responder com todas as letras às piadinhas dos seus colegas de coligação. E no momento em que for eleita a nova czarina do Bloco, Catarina vai tirar com certeza da cartola umas tartarugas-ninja voadoras, compradas há muitos e muitos anos no aeroporto de Tirana, na Albânia de Enver Halil Hoxha, pelo seu camarada e tutor Francisco Louçã. Neste ambiente de reinação da bicharada que governa este pobre país, não podia faltar o engraçadinho-mor, o homem que está muito contente em Belém e que, entre duas piadolas, vai tentando dizer umas coisas sérias, tipo aviso à navegação. Num encontro algures com o Costa das vacas voadoras, Marcelo mostrou que Portugal tem ao leme homens e mulheres que tomam decisões ou adiam outras em função dos seus estados de alma. Depois de alertar os portugueses para o “otimismo crónico e ligeiramente irritante de Costa”, o presidente atirou de rajada: “Escusa é de o fazer de forma tão excessiva, senhor primeiro-ministro. Mas pode fazê-lo com os pés assentes no chão. Apesar de tudo, há otimismos minimamente racionais.” Otimismo irritante ou não, a verdade é que o governo de esquerda continua, entre graçolas e parvoíces, a fazer o seu caminho de sovietização de Portugal. O senhor ministro do Trabalho e da Segurança Social decidiu nomear um conjunto de comissários em todo o país, organizados por distritos e comandados a nível central, para acompanharem de perto a vida de 500 empresas, aconselhar os seus gestores e acionistas e garantir que os descontos são feitos pontualmente e sem desvios. O senhor ministro não falou em custos, se o Estado ia admitir mais pessoal para essas funções e se as empresas selecionadas pelo ministério iam ter de arranjar instalações e equipamento de trabalho para os comissários do povo. O senhor ministro também não explicou se esses comissários iam trabalhar em exclusivo para as áreas da Segurança Social e do trabalho, ou se podiam alargar a sua atividade ao fisco, por exemplo, garantindo o pagamento pontual dos impostos e controlando os planeamentos fiscais das empresas. Seguindo o exemplo do seu camarada da Segurança Social, o jovem cientista soviético do Minho que Costa colocou na Educação anunciou de imediato a criação dos comissários do insucesso escolar, que vão acompanhar grupos de 10 alunos, até aos 12 anos de idade, que chumbem duas ou mais vezes. O jovem cientista soviético do Minho que Costa colocou na Educação, para mal dos pais e das criancinhas que andam na escola pública, atirou para o lixo o ensino vocacional, que abria uma porta para a vida ativa a milhares de jovens sem possibilidades de frequentarem cursos médios ou superiores – canudos para o desemprego, na grande maioria dos casos. O jovem cientista soviético do Minho que Costa meteu na Educação admite aumentar o pessoal do seu ministério e gastar mais uns 15 milhões de euros com os seus comissários para o insucesso escolar. Espera-se a todo o momento que os restantes ministros, a começar pelo do Ambiente, que tutela os transportes, anunciem comissários do povo para as suas áreas e consigam rapidamente aumentar ainda mais o emprego público, que já cresceu 0,6% no primeiro trimestre. O país empobrece, o Estado da geringonça engorda. É assim a esquerda.

Jornalista

No reino da bicharada


António Costa e as vacas voadoras, Jerónimo de Sousa e os dinossauros, as engraçadinhas do Bloco e as tartarugas-ninja andam a transformar este pobre país numa república soviética, com comissários nas empresas privadas e nas escolas públicas. Por cima deles anda um Presidente muito contente com o irritante primeiro-ministro


Vamos por partes. A geringonça não para de surpreender os portugueses. O que não deixa de ser um elogio num país normalmente muito cinzento, triste e sem graça nenhuma. António Costa, que aparece normalmente a rir, faça sol ou faça chuva, teve um grande momento no final da apresentação do Simplex. Sacou de uma vaca, deu–lhe corda e o animal voou. A história contada pelo próprio é bem engraçada: “Quando estava quase conformado, um dia, no aeroporto de Londres, ao passar por uma loja encontrei um objeto que adquiri, que mantive cuidadosamente ao longo destes dez anos e que vou hoje oferecer à senhora ministra da Presidência. Demonstra que mesmo aquilo que é mais improvável, como seja as vacas voarem, também pode não ser verdade. Até as vacas podem voar.” Dito isto, é natural que Jerónimo de Sousa não se fique e apareça um destes dias com uns dinossauros voadores, comprados há muitos anos numa loja do aeroporto de Moscovo. Sempre atenta ao que se passa à volta e preparada para tudo e mais alguma coisa, até para intervir numa cena entre namorados no Jardim da Estrela, a engraçadinha Catarina Martins vai responder com todas as letras às piadinhas dos seus colegas de coligação. E no momento em que for eleita a nova czarina do Bloco, Catarina vai tirar com certeza da cartola umas tartarugas-ninja voadoras, compradas há muitos e muitos anos no aeroporto de Tirana, na Albânia de Enver Halil Hoxha, pelo seu camarada e tutor Francisco Louçã. Neste ambiente de reinação da bicharada que governa este pobre país, não podia faltar o engraçadinho-mor, o homem que está muito contente em Belém e que, entre duas piadolas, vai tentando dizer umas coisas sérias, tipo aviso à navegação. Num encontro algures com o Costa das vacas voadoras, Marcelo mostrou que Portugal tem ao leme homens e mulheres que tomam decisões ou adiam outras em função dos seus estados de alma. Depois de alertar os portugueses para o “otimismo crónico e ligeiramente irritante de Costa”, o presidente atirou de rajada: “Escusa é de o fazer de forma tão excessiva, senhor primeiro-ministro. Mas pode fazê-lo com os pés assentes no chão. Apesar de tudo, há otimismos minimamente racionais.” Otimismo irritante ou não, a verdade é que o governo de esquerda continua, entre graçolas e parvoíces, a fazer o seu caminho de sovietização de Portugal. O senhor ministro do Trabalho e da Segurança Social decidiu nomear um conjunto de comissários em todo o país, organizados por distritos e comandados a nível central, para acompanharem de perto a vida de 500 empresas, aconselhar os seus gestores e acionistas e garantir que os descontos são feitos pontualmente e sem desvios. O senhor ministro não falou em custos, se o Estado ia admitir mais pessoal para essas funções e se as empresas selecionadas pelo ministério iam ter de arranjar instalações e equipamento de trabalho para os comissários do povo. O senhor ministro também não explicou se esses comissários iam trabalhar em exclusivo para as áreas da Segurança Social e do trabalho, ou se podiam alargar a sua atividade ao fisco, por exemplo, garantindo o pagamento pontual dos impostos e controlando os planeamentos fiscais das empresas. Seguindo o exemplo do seu camarada da Segurança Social, o jovem cientista soviético do Minho que Costa colocou na Educação anunciou de imediato a criação dos comissários do insucesso escolar, que vão acompanhar grupos de 10 alunos, até aos 12 anos de idade, que chumbem duas ou mais vezes. O jovem cientista soviético do Minho que Costa colocou na Educação, para mal dos pais e das criancinhas que andam na escola pública, atirou para o lixo o ensino vocacional, que abria uma porta para a vida ativa a milhares de jovens sem possibilidades de frequentarem cursos médios ou superiores – canudos para o desemprego, na grande maioria dos casos. O jovem cientista soviético do Minho que Costa meteu na Educação admite aumentar o pessoal do seu ministério e gastar mais uns 15 milhões de euros com os seus comissários para o insucesso escolar. Espera-se a todo o momento que os restantes ministros, a começar pelo do Ambiente, que tutela os transportes, anunciem comissários do povo para as suas áreas e consigam rapidamente aumentar ainda mais o emprego público, que já cresceu 0,6% no primeiro trimestre. O país empobrece, o Estado da geringonça engorda. É assim a esquerda.

Jornalista