A grande mentira


Economia está em queda, exportações caem, investimento foge, desemprego aumenta. É este o brilhante resultado da geringonça nos primeiros três meses do ano. Mas para a esquerda nada disso importa. As pessoas são tolas que se enganam com papas e bolos para votarem nos Costas, nos Jerónimos e nas engraçadinhas do Bloco


A geringonça festejou os seis meses da assinatura dos acordos que tornaram realidade o golpe montado por Costa para não ser corrido do PS, com a cumplicidade do PCP e do BE, que perceberam e bem que o PS ia ser um objeto fácil de chantagem. Os resultados estão ou começam a estar à vista de todos.

Melhor, os resultados estão à vista de todos, mas muita gente, dentro e fora da comunicação social, olha para o lado, repete a cartilha governamental e arranja um leque vastíssimo de desculpas para justificar o injustificável e tentar esconder a realidade. Nada de novo. O PS avançou na campanha com um programa económico de ficção que foi amplamente saudado ao centro e à esquerda.

O crescimento este ano ia ser de 3,1% do PIB devido à reposição acelerada dos cortes salariais, da sobretaxa do IRS e dos cortes nas pensões. O crescimento económico ia basear-se no aumento do poder de compra dos cidadãos e no investimento público. A atriz Catarina Martins, uma especialista em matéria económica, entende que basear o crescimento nas exportações é uma treta, como acha uma treta o trabalho voluntário. Quatro meses depois de a geringonça estar no poder, a realidade, e não as previsões, começa a cair com força em cima dos marretas do PS, do BE e do PCP, que estão, obviamente, sempre a salvo das desgraças que vão atingir, outra vez e mais cedo do que tarde, os portugueses.

A economia rastejou no primeiro trimestre com um crescimento em cadeia de 0,1% e de 0,8% em termos homólogos. Já ninguém fala nos 3,1% da primavera de 2015, dos 2,6% do programa do governo apresentado em novembro ou dos 1,8% do Orçamento do Estado para este ano. As sucessivas alterações nas previsões do crescimento são encaradas como normais pela gentinha que apoia a geringonça e os números divulgados na sexta-feira foram pura e simplesmente atirados para o arquivo morto.

O mesmo se passou com a queda abrupta das exportações e, mais espantoso ainda, com a subida do desemprego no primeiro trimestre. Provavelmente, para a gentinha que apoia a geringonça, o aumento do desemprego e a perda líquida de 40 mil empregos deve-se essencialmente ao regresso de emigrantes que acreditaram piamente nas promessas da geringonça e imaginaram que o Portugal dos Costas, dos Jerónimos e das engraçadinhas ia ser mesmo um Portugal diferente, com um tempo novo.

Com o investimento a fugir do país devido às reversões das privatizações e concessões privadas nos transportes, com Portugal no banco dos réus em processos avançados por grandes transportadores internacionais que foram enganados pela geringonça no Metro de Lisboa, Metro do Porto, Carris e STCP, é evidente que o destino de Portugal a curto prazo está traçado. E não são apenas os terríveis neoliberais que defendem contas públicas equilibradas, menos Estado na economia, respeito pelos contratos assinados, livres escolhas na educação e na saúde que já perceberam que o país está entregue a um grupo de perigosos mentirosos que usam todos os meios ao seu alcance para se manter no poder, custe o que custar aos portugueses.

A independente UTAO, a unidade técnica de apoio orçamental do parlamento, que nunca escondeu os erros e os desvios da coligação PSD/CDS nos tempos da troika, publicou a semana passada um documento arrasador para o governo da geringonça que foi completamente silenciado pelos polícias das linhas e entrelinhas ao serviço dos Costas, dos Jerónimos e das engraçadinhas.

Com o devido pedido de desculpas aos censores que zelam pela propaganda da geringonça, aqui vai o texto: “O governo promete reduzir o défice público este ano e até 2020 ao mesmo tempo que diminui a carga fiscal e para isso conta com cortes significativos na despesa, em particular em consumos intermédios e outras despesas correntes. Já ouvimos essas promessas vezes demais para acreditarmos em objetivos sem concretização clara de medidas.

A história está repleta de exemplos em que as promessas de governos nesta frente não se traduziram em reduções verificáveis da despesa”. É evidente que os novos censores e a nova PIDE da geringonça, mais cedo do que tarde, vão tratar de pôr na ordem estes organismos independentes que perturbam a ordem pública e os tempos novos. Podem extingui-los pura e simplesmente, ou tentar domesticá-los. A esquerda é assim.


A grande mentira


Economia está em queda, exportações caem, investimento foge, desemprego aumenta. É este o brilhante resultado da geringonça nos primeiros três meses do ano. Mas para a esquerda nada disso importa. As pessoas são tolas que se enganam com papas e bolos para votarem nos Costas, nos Jerónimos e nas engraçadinhas do Bloco


A geringonça festejou os seis meses da assinatura dos acordos que tornaram realidade o golpe montado por Costa para não ser corrido do PS, com a cumplicidade do PCP e do BE, que perceberam e bem que o PS ia ser um objeto fácil de chantagem. Os resultados estão ou começam a estar à vista de todos.

Melhor, os resultados estão à vista de todos, mas muita gente, dentro e fora da comunicação social, olha para o lado, repete a cartilha governamental e arranja um leque vastíssimo de desculpas para justificar o injustificável e tentar esconder a realidade. Nada de novo. O PS avançou na campanha com um programa económico de ficção que foi amplamente saudado ao centro e à esquerda.

O crescimento este ano ia ser de 3,1% do PIB devido à reposição acelerada dos cortes salariais, da sobretaxa do IRS e dos cortes nas pensões. O crescimento económico ia basear-se no aumento do poder de compra dos cidadãos e no investimento público. A atriz Catarina Martins, uma especialista em matéria económica, entende que basear o crescimento nas exportações é uma treta, como acha uma treta o trabalho voluntário. Quatro meses depois de a geringonça estar no poder, a realidade, e não as previsões, começa a cair com força em cima dos marretas do PS, do BE e do PCP, que estão, obviamente, sempre a salvo das desgraças que vão atingir, outra vez e mais cedo do que tarde, os portugueses.

A economia rastejou no primeiro trimestre com um crescimento em cadeia de 0,1% e de 0,8% em termos homólogos. Já ninguém fala nos 3,1% da primavera de 2015, dos 2,6% do programa do governo apresentado em novembro ou dos 1,8% do Orçamento do Estado para este ano. As sucessivas alterações nas previsões do crescimento são encaradas como normais pela gentinha que apoia a geringonça e os números divulgados na sexta-feira foram pura e simplesmente atirados para o arquivo morto.

O mesmo se passou com a queda abrupta das exportações e, mais espantoso ainda, com a subida do desemprego no primeiro trimestre. Provavelmente, para a gentinha que apoia a geringonça, o aumento do desemprego e a perda líquida de 40 mil empregos deve-se essencialmente ao regresso de emigrantes que acreditaram piamente nas promessas da geringonça e imaginaram que o Portugal dos Costas, dos Jerónimos e das engraçadinhas ia ser mesmo um Portugal diferente, com um tempo novo.

Com o investimento a fugir do país devido às reversões das privatizações e concessões privadas nos transportes, com Portugal no banco dos réus em processos avançados por grandes transportadores internacionais que foram enganados pela geringonça no Metro de Lisboa, Metro do Porto, Carris e STCP, é evidente que o destino de Portugal a curto prazo está traçado. E não são apenas os terríveis neoliberais que defendem contas públicas equilibradas, menos Estado na economia, respeito pelos contratos assinados, livres escolhas na educação e na saúde que já perceberam que o país está entregue a um grupo de perigosos mentirosos que usam todos os meios ao seu alcance para se manter no poder, custe o que custar aos portugueses.

A independente UTAO, a unidade técnica de apoio orçamental do parlamento, que nunca escondeu os erros e os desvios da coligação PSD/CDS nos tempos da troika, publicou a semana passada um documento arrasador para o governo da geringonça que foi completamente silenciado pelos polícias das linhas e entrelinhas ao serviço dos Costas, dos Jerónimos e das engraçadinhas.

Com o devido pedido de desculpas aos censores que zelam pela propaganda da geringonça, aqui vai o texto: “O governo promete reduzir o défice público este ano e até 2020 ao mesmo tempo que diminui a carga fiscal e para isso conta com cortes significativos na despesa, em particular em consumos intermédios e outras despesas correntes. Já ouvimos essas promessas vezes demais para acreditarmos em objetivos sem concretização clara de medidas.

A história está repleta de exemplos em que as promessas de governos nesta frente não se traduziram em reduções verificáveis da despesa”. É evidente que os novos censores e a nova PIDE da geringonça, mais cedo do que tarde, vão tratar de pôr na ordem estes organismos independentes que perturbam a ordem pública e os tempos novos. Podem extingui-los pura e simplesmente, ou tentar domesticá-los. A esquerda é assim.