Fechem a escola pública


Resolviam-se uma série de problemas. O abandono escolar diminuía, os alunos ficavam a saber português e matemática, o sucesso escolar aumentava e, qual cereja em cima do bolo, desapareciam os sindicatos dos Mários Nogueiras cá da terra que levaram a escola pública à desgraça.


O jovem cientista do Minho que Costa colocou na Educação continua imparável na sua cavalgada para ter uma avaliação positiva de Mário Nogueira, seu tutor e professor. O jovem cientista do Minho tem de andar na linha para não passar pela vergonha de ir para os Conselhos de Ministros com orelhas de burro.

E como da FENPROF nunca vêm boas ideias, o homem continua a fazer disparates sobre disparates e arrisca-se a ficar na pobre história do ensino em Portugal como um dos piores ministros que alguma vez pisou a 5 de Outubro em 42 anos de democracia. Mesmo entre os socialistas já há quem ponha as mãos na cabeça sempre que o jovem cientista abre a boca ou põe mais um prego no caixão da escola pública. Vale a pena, por isso, recordar o que disse António Galamba, a semana passada, na sua habitual coluna neste jornal: “A doutrina do ‘acabar com a mama’ não pode significar, como acontece na educação e noutros serviços públicos, o redirecionar da mama do privado para o público, sem ter em conta o interesse daqueles a quem o serviço é prestado e a estabilidade mínima das opções políticas.

O problema é que quando se tem na Educação um alienígena da realidade portuguesa que, entre a sobredose ideológica e o aprisionamento pelos sindicatos, acha que pode brincar com a vida das crianças e dos jovens nos currículos, nos exames e nas matrículas, o risco de disparate é grande. Aliás, num experimentalismo similar ao de Crato, só que com sentidos diferentes. Já não há pachorra quando um pai não consegue explicar matemática aos filhos com três anos de diferença, porque tudo mudou e tudo muda sempre que muda o governo ou a inspiração do titular da pasta.” E António Galamba, um homem livre e, por isso mesmo, muito atacado e ameaçado pelos seus camaradas de partido, vai mais longe: “O que se pede na educação é um mínimo de respeito pelos alunos, pelos pais, pelos professores e por todos os que integram as comunidades educativas quando se têm de operar alterações em resultado de opções políticas, constem elas ou não de compromissos eleitorais, de programas de governo ou de cartilhas ideológicas injetadas pelos avaliadores sindicais do ministério. A não ser assim, de três em três meses, por ocasião da avaliação do ministro pelos sindicatos, corre-se o risco de as novidades serem de instabilização das comunidades e de satisfação dos de sempre. E nesse quadro, os louvores dos sindicatos ao ministro sairão sempre bem caros ao país.”

O jovem cientista soviético que Costa meteu na Educação voltou a atacar a escola pública, os professores, os pais e os alunos com mudanças curriculares verdadeiramente espantosas. O jovem soviético entende que as escolas do Estado podem usar 25% dos tempos curriculares para fazerem o que entenderem em função da sua localização e da origem social dos alunos.

Quem estiver ao pé do mar aprende a pescar sardinha, quem estiver na serra aprende a caçar gambozinos, quem for pobre aprende a amar o Estado e os partidos que amam o Estado, quem for rico é obrigado a adorar o Estado e os partidos que vivem do Estado, ou é corrido para um colégio privado. Sim, porque para o jovem soviético, que decidiu romper de forma unilateral os contratos de associação com colégios privados, os pobres não podem andar numa escola para ricos e muito menos podem ter bons professores e excelentes desempenhos escolares.

Não, para o jovem soviético, pobre é pobre e nem pensar deixar de ser pobre. Sem os pobres, que não têm outro remédio do que frequentar a escola do Estado, os partidos de esquerda deixavam de mamar votos nas eleições. Sem a escola pública para pobres, os professores deixavam de alimentar a FENPROF do Nogueira e o Estado lá perdia uma mão-cheia de funcionários públicos que dão votos aos partidos de esquerda, que não vivem sem pobres e sem a escola pública para pobres. Remédio santo seria mesmo acabar com a escola pública. Com o dinheiro que se gasta com o monstro da Educação davam-se cheques aos pais para escolherem livremente a escola para os filhos.

O Estado ficava mais magro, o abandono escolar reduzia-se, o sucesso escolar aumentava e, qual cereja em cima do bolo, desapareciam os sindicatos dos Mários Nogueiras cá da terra que têm desgraçado a escola pública. 
Jornalista


Fechem a escola pública


Resolviam-se uma série de problemas. O abandono escolar diminuía, os alunos ficavam a saber português e matemática, o sucesso escolar aumentava e, qual cereja em cima do bolo, desapareciam os sindicatos dos Mários Nogueiras cá da terra que levaram a escola pública à desgraça.


O jovem cientista do Minho que Costa colocou na Educação continua imparável na sua cavalgada para ter uma avaliação positiva de Mário Nogueira, seu tutor e professor. O jovem cientista do Minho tem de andar na linha para não passar pela vergonha de ir para os Conselhos de Ministros com orelhas de burro.

E como da FENPROF nunca vêm boas ideias, o homem continua a fazer disparates sobre disparates e arrisca-se a ficar na pobre história do ensino em Portugal como um dos piores ministros que alguma vez pisou a 5 de Outubro em 42 anos de democracia. Mesmo entre os socialistas já há quem ponha as mãos na cabeça sempre que o jovem cientista abre a boca ou põe mais um prego no caixão da escola pública. Vale a pena, por isso, recordar o que disse António Galamba, a semana passada, na sua habitual coluna neste jornal: “A doutrina do ‘acabar com a mama’ não pode significar, como acontece na educação e noutros serviços públicos, o redirecionar da mama do privado para o público, sem ter em conta o interesse daqueles a quem o serviço é prestado e a estabilidade mínima das opções políticas.

O problema é que quando se tem na Educação um alienígena da realidade portuguesa que, entre a sobredose ideológica e o aprisionamento pelos sindicatos, acha que pode brincar com a vida das crianças e dos jovens nos currículos, nos exames e nas matrículas, o risco de disparate é grande. Aliás, num experimentalismo similar ao de Crato, só que com sentidos diferentes. Já não há pachorra quando um pai não consegue explicar matemática aos filhos com três anos de diferença, porque tudo mudou e tudo muda sempre que muda o governo ou a inspiração do titular da pasta.” E António Galamba, um homem livre e, por isso mesmo, muito atacado e ameaçado pelos seus camaradas de partido, vai mais longe: “O que se pede na educação é um mínimo de respeito pelos alunos, pelos pais, pelos professores e por todos os que integram as comunidades educativas quando se têm de operar alterações em resultado de opções políticas, constem elas ou não de compromissos eleitorais, de programas de governo ou de cartilhas ideológicas injetadas pelos avaliadores sindicais do ministério. A não ser assim, de três em três meses, por ocasião da avaliação do ministro pelos sindicatos, corre-se o risco de as novidades serem de instabilização das comunidades e de satisfação dos de sempre. E nesse quadro, os louvores dos sindicatos ao ministro sairão sempre bem caros ao país.”

O jovem cientista soviético que Costa meteu na Educação voltou a atacar a escola pública, os professores, os pais e os alunos com mudanças curriculares verdadeiramente espantosas. O jovem soviético entende que as escolas do Estado podem usar 25% dos tempos curriculares para fazerem o que entenderem em função da sua localização e da origem social dos alunos.

Quem estiver ao pé do mar aprende a pescar sardinha, quem estiver na serra aprende a caçar gambozinos, quem for pobre aprende a amar o Estado e os partidos que amam o Estado, quem for rico é obrigado a adorar o Estado e os partidos que vivem do Estado, ou é corrido para um colégio privado. Sim, porque para o jovem soviético, que decidiu romper de forma unilateral os contratos de associação com colégios privados, os pobres não podem andar numa escola para ricos e muito menos podem ter bons professores e excelentes desempenhos escolares.

Não, para o jovem soviético, pobre é pobre e nem pensar deixar de ser pobre. Sem os pobres, que não têm outro remédio do que frequentar a escola do Estado, os partidos de esquerda deixavam de mamar votos nas eleições. Sem a escola pública para pobres, os professores deixavam de alimentar a FENPROF do Nogueira e o Estado lá perdia uma mão-cheia de funcionários públicos que dão votos aos partidos de esquerda, que não vivem sem pobres e sem a escola pública para pobres. Remédio santo seria mesmo acabar com a escola pública. Com o dinheiro que se gasta com o monstro da Educação davam-se cheques aos pais para escolherem livremente a escola para os filhos.

O Estado ficava mais magro, o abandono escolar reduzia-se, o sucesso escolar aumentava e, qual cereja em cima do bolo, desapareciam os sindicatos dos Mários Nogueiras cá da terra que têm desgraçado a escola pública. 
Jornalista